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Rio produz 17000 mil toneladas de lixo por dia; 40% do total é reciclável

Levantamento da Universidade Veiga de Almeida alerta para impactos principalmente em cidades que ainda têm lixões ativos, como Itaperuna e Resende

Por Da Redação
19 fev 2024, 14h54
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  • Em um intervalo de 12 anos, a geração de resíduos sólidos urbanos no estado do Rio de Janeiro teve um incremento de 363 toneladas por dia. O volume adicional produzido representa mais 2,6 estádios do Maracanã preenchidos de lixo do chão ao topo anualmente. Os dados fazem parte de um levantamento inédito feito por pesquisadores do Mestrado Profissional em Ciências do Meio da Ambiente da Universidade Veiga de Almeida (UVA). Os pesquisadores identificaram que 40% dos resíduos são de materiais recicláveis, dos quais 16% são papel ou papelão; 17,8%, plástico; 3,3%, vidro; e 2,9%, metal. De acordo com dados de 2022 do Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir), que é vinculado ao Ministério das Cidades e ao Sistema Nacional de Sistema de Saneamento (SNIS), no entanto, o estado do Rio tem um dos índices mais baixos de recuperação de materiais recicláveis do país, 0,49%, enquanto a média nacional é de 1,67%. Na capital, é ainda pior: 0,37%.

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    Entre 2010 e 2022, a geração diária de resíduos no estado passou de cerca de 16.970 toneladas para 17.333 toneladas, um crescimento de 2,14%. O estudo comparou os dados mais recentes do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com as estatísticas do Plano Estadual de Resíduos Sólidos do Estado do Rio de Janeiro (Pers), lançado em 2013, feito com base no Censo de 2010.

    Apesar de ser um percentual pequeno, esse crescimento representa, em números absolutos, um incremento anual de 130.680 toneladas de resíduos a serem gerenciadas pelos municípios do Rio. Está longe de ser pouca coisa. “Há impactos do ponto de vista ambiental, em função dos potenciais impactos do descarte inadequado; econômico, devido aos custos com coleta, transporte, destinação final e disposição final dos resíduos; e social, quando percebemos que, apesar dos esforços para redução, reutilização e reciclagem dos resíduos, a sociedade fluminense ainda não conseguiu frear a geração”, explica o pesquisador Carlos Eduardo Canejo, professor e um dos autores do estudo.

    Os dados revelam que a Região Metropolitana agora é responsável por 81,20% de todos os resíduos sólidos urbanos gerados no estado, uma ligeira diminuição em relação à década anterior, quando representava 84,14%. O decréscimo percentual representou uma redução de 203,94 toneladas por dia na geração desse tipo de lixo. Enquanto a capital registrou uma queda de 145 toneladas na geração diária de resíduos sólidos urbanos, a cidade de Maricá teve o maior aumento populacional do estado durante o período (54,79%), representando um salto de 106,67 para 167,71 toneladas na produção diária desses resíduos.

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    Os pesquisadores alertam para a necessidade de atenção redobrada na gestão dos rejeitos frente à nova configuração demográfica do estado. “A redução na capital reduz custos de coleta e de disposição final, além de aumentar um pouco a vida útil do aterro sanitário de Seropédica, único local de destinação dos resíduos da capital. No entanto, pequenas cidades como Maricá enfrentam desafios maiores em função do incremento nos custos em toda a cadeia de gerenciamento e na disposição final ambientalmente adequada dos resíduos”, ressalta Ricardo Soares, coordenador do Mestrado Profissional em Ciências do Meio Ambiente da UVA e coautor da pesquisa.

    Os riscos são potencialmente maiores para cidades do estado que ainda têm lixões ativos, todas com um aumento populacional e, consequentemente, uma elevação na geração diária de  detritos. O crescimento na geração de resíduos sólidos urbanos por dia nesses municípios com lixões foi de 37,4% em Italva, 31,2% em São Fidélis, 29,4% em Cambuci, 25,1% em Natividade, 24,5% em Porciúncula, 17,4% em Bom Jesus do Itabapoana, 15,4% em Resende, 14,3% em Itaperuna, 12,9% em Teresópolis e 4,6% em Cordeiro.

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    “É preciso incorporar os dados do Censo 2022 na necessária atualização do Plano Estadual de Resíduos Sólidos, documento fundamental para a formulação de políticas públicas ambientais voltadas para a gestão de resíduos em atendimento às diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Esse levantamento pode apoiar a atualização das políticas e orientar tomadas de decisão eficazes pelo poder público”, conclui Soares.

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