O Rio de Janeiro recebeu 243 mil turistas durante a Paralimpíada, que tiveram gasto médio diário de R$ 271,20, com um total de R$ 410 milhões em renda gerada. Em todo o evento Rio 2016, incluindo os jogos olímpicos e os paralímpicos, o dia em que o Parque Olímpico da Barra recebeu mais visitantes foi 10 de setembro, primeiro sábado da Paralimpíada, com 172 mil pessoas.
No transporte, o BRT teve mais de 8 milhões de passageiros no período paralímpico, enquanto na Olimpíada foram 11,7 milhões. O metrô teve aumento de 765 mil usuários no período, atingindo 8,2 milhões de passageiros. Durante os dois períodos de Jogos, o VLT teve mais de 1 milhão de passageiros, sendo 756 mil na Olimpíada e 347 mil na Paralimpíada.
No sistema de trens, foram 491 mil embarques a mais na paralimpíada. Mesmo com uma media de 25 vias bloqueadas por dia, a velocidade média do trânsito na cidade foi 2,4% melhor do que em um dia típico.
A limpeza urbana recolheu 645 toneladas de resíduos nas instalações esportivas e boulevares olímpicos, sendo que 80% foram retirados das 5.200 lixeiras e 20% do chão. O programa Lixo Zero aplicou 1.983 multas, sendo 215 para turistas estrangeiros.
Medalhas
Apesar de não atingir a meta de ficar em quinta colocação no quadro geral de medalhas, a delegação brasileira teve a melhor participação da história das paralimpíadas nos Jogos Rio 2016. Segundo o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro e vice-presidente do Comitê Paralímpico Internacional, Andrew Parsons, o oitavo lugar foi a única meta não alcançada.
“A gente não atingiu a meta de ficar em quinto em medalhas de ouro, mas atingimos todas as outras. O Brasil saiu do 11º lugar em número [total] de medalhas em Pequim, para sexto no Rio de Janeiro. Então, só cinco países ganharam mais medalhas do que o Brasil. E saímos de sete modalidades medalhadas em Londres para 13 aqui no Rio”.
Parsons destacou como “muito positivo” o balanço dos jogos, pois o país alcançou 72 medalhas, contra 43 em Londres. “Um aumento de 67%, então há muito o que comemorar”, disse. Parsons disse que a meta de venda de ingressos também foi batida, chegando a 2,1 milhões de tíquetes, sendo que 1,8 milhão foi vendido em apenas uma semana. Para ele, o sucesso do evento se deve à identificação que o público tem com o atleta paralímpico, que normalmente tem que superar uma grande dificuldade na vida para chegar à competição.
“As pessoas se identificaram com os atletas paralímpicos não pelo que eles não podem ou não conseguem fazer, mas exatamente porque eles estão mais próximos. É difícil você se identificar com um atleta de altíssimo rendimento olímpico, eles têm que nascer com determinado tamanho, habilidade. O atleta paralímpico não, ele é alguém que passou por um momento muito difícil na sua vida, um trauma, um acidente ou alguma questão no parto. Então ele é mais próximo de uma pessoa comum, por mais antagônico que possa parecer. E esse carinho ficou muito evidente”.
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Acessibilidade
O prefeito Eduardo Paes destacou que a paralimpíada propiciou uma transformação na cidade na questão da acessibilidade. “São 2.600 ruas que receberam urbanização e acessibilidade, com investimento de cerca de R$ 2 bilhões em 59 bairros, principalmente na zona norte e na zona oeste da cidade. Nós fizemos rotas acessíveis no Jardim Botânico, Vista Chinesa, duas na Barra, a Mesa do Imperador, o Corcovado, Cinelândia, Pão de Açúcar, ou seja, pontos turísticos tradicionais da cidade ganharam acessibilidade. O entorno do Maracanã e do Engenhão foram requalificados, Deodoro também e o Porto Maravilha totalmente acessível”.
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que o Brasil precisa aproveitar a visibilidade alcançada com os Jogos para promover o turismo. “Essa aferição que se fez com os estrangeiros, que de zero a cem é 98%, a eficácia dos brasileiros em bem receber, em bem tratar, nós queremos que isso se converta agora numa porta de entrada, a Casa Brasil, o Rio de Janeiro, para que o Brasil todo receba uma maior participação no turismo. Nós temos ainda uma participação insignificante internacionalmente e nós temos que criar mecanismos para ampliar. O turismo é uma indústria sem chaminé, em que a gente emprega muita gente, coloca muita gente e que tem alta rentabilidade”.