Uma cidade “com a água e a terra em conjunção sensual”, mesmo com sua “magia violentada”, volta a emergir em sua melhor forma no poema Rio: Ontem, Hoje e Amanhã, um dos 25 que Carlos Drummond de Andrade deixou guardados numa gaveta, em uma pasta em que se lia “Viola de bolso (nova)”.
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Encontrados pelos netos, eles nunca foram publicados em livros do poeta, morto em 1987, e passarão a integrar a coletânea de mesmo nome, lançada em 1952, prestes a ser reeditada pela Record em comemoração aos seus 70 anos. Nos textos há registros de mazelas, como temporais e falta de água, além de referências a bairros e a uma tradicional loja de artigos de fantasia, a Casa Mathias. Também está lá “o grande pão de mel suspenso entre mar e céu”, descrito em Pão de Açúcar pelo mais carioca dos mineiros, hoje materializado na estátua que se incorporou à paisagem da Praia de Copacabana.
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“Muitos problemas para os quais ele chamava a atenção ainda não foram resolvidos”, observa Pedro Drummond, que viu de perto o amor do avô pela cidade. “Ele era atento ao tempo presente. À noite, recortava matérias para depois escrever sobre o que lia.” Os cariocas lhe são eternamente gratos.