Afeiçoada aos animais desde jovem, Roberta Araújo, de 42 anos, tem atualmente uma “família” numerosa: divide a casa em Vila Isabel com seis cães e cinco gatos. O interesse pelos bichos, no entanto, não se resume a resgatá-los nas ruas e encontrar um lar para cada um deles. Há cinco anos, a microempresária criou o projeto Pêlo Próximo. “Ao notar os benefícios que os animais proporcionam às pessoas, pensei em desenvolver um programa para aproveitar esse potencial”, lembra. Roberta pesquisou, então, de que forma poderia utilizar os pets na reabilitação de pacientes com as mais variadas doenças, inspirando-se em centros de cinoterapia do exterior. Hoje, sua equipe conta com vinte cães-terapeutas (e dois pássaros), além de adestradora, veterinárias e voluntários da área de saúde. O grupo realiza visitas gratuitas a trinta instituições e já fez mais de 800 atendimentos, alcançando 5 500 pacientes.
“Os animais dão tudo de si e não esperam nada em troca. Deveríamos fazer parecido”
Não há espécie, raça nem tamanho específicos para integrar o grupo do projeto — porém os animais que chegam são submetidos a um rigoroso processo seletivo, com os devidos testes de comportamento. Depois de aprovados, eles exercem diferentes funções. Na chamada “atividade assistida”, cães costumam participar de brincadeiras com vários pacientes reunidos. Na “terapia assistida” também entram em ação profissionais como psicólogos, que indicam e coordenam o tratamento mais recomendado a cada paciente. E há ainda a “educação assistida”, com cachorros que visitam escolas para estimular a socialização de crianças que estejam passando por problemas de bullying, timidez excessiva ou dislexia. O projeto se mantém com doações e realiza bazares para angariar fundos. “O prazer de ver a evolução dos pacientes e a alegria que os animais têm em conviver com as pessoas, isso tudo é recompensador”, diz Roberta. Seu sonho é aumentar ainda mais o grupo e conseguir patrocínio para a construção de uma sede própria. “Temos de dar muito mais de nós. Os animais dão tudo de si e não esperam nada em troca”, conclui.
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