Quem for ao Rock in Rio 2017 deve ficar atento a um sinal dos céus: todos os dias do festival, no intervalo entre o segundo e o terceiro shows do Palco Mundo, o público da Cidade do Rock é surpreendido por um moderno show de luzes nos ares. Durante 9 minutos, 100 drones, controlados por quatro pilotos a 200 metros do chão, encantam a multidão formando desenhos coloridos e temáticos, como arcos equalizadores, ondas sonoras, além da famosa guitarra-símbolo e a assinatura do festival. A trilha sonora, criada pela orquestra austríaca Passion For Life, inclui música clássica e bossa nova, terminando com o tema do Rock in Rio.
O espetáculo, inédito na América Latina, foi criado em três meses pela empresa, também austríaca, Ars Electronics Spaxels, que já produziu shows sobre a Opera House, em Sidney, e em lançamentos de filmes como Star Trek. “Este foi sem dúvida o maior projeto de que já participamos”, garante, empolgado, Harold Dirisamer, da Spaxels. Para o maestro Hermann Miesbauer, autor da música que embala o voo dos drones, o maior desafio foi o prazo: “foram apenas três semanas para criar a trilha sonora, antes de alinhar ao design. Mas valeu a pena”, diz. Os ensaios começaram em março na Universidade Anton Bruckner, na Áustria. Mesmo com tanto preparo, a equipe enfrentou percalços: “a tecnologia empregada é tão nova no país que a Alfândega não sabia como classificar, e os drones ficaram retidos por três semanas”, conta o português Nuno Sousa Pinto, diretor do Rock in Rio. Ele não revela valores, mas garante que “foi um investimento muito alto”. E acrescenta: “na próxima edição, quero trazer 300, 500 drones. E novas surpresas”.