Em cartaz desde janeiro na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, e com temporada prolongada em São Paulo, no Teatro Alfa, até o próximo dia 4 de agosto, a peça “Rock in Rio – O Musical” pode ter suas apresentações canceladas. Tudo por conta de uma notificação extrajudicial que a produção do espetáculo recebeu na manhã desta sexta (5) onde é feita uma acusação de plágio em relação ao argumento da peça. Autores da notificação através do advogado Michel Asseff Filho, o cineasta Paulo Henrique Fontenelle, diretor de Loki e Dossiê Jango, e o dramaturgo Frank Borges alegaram que o musical sobre o festival é idêntico a uma peça que eles escreveram juntos há cinco anos, registrada na Biblioteca Nacional como “Todos estão surdos”. Assim como na peça sobre o Rock in Rio, o argumento da dupla conta a história de um rapaz que se expressa através da música. Advogados da ação testemunharam, inclusive, que há passagens e diálogos idênticos em ambas as peças.
O espetáculo produzido pela Aventura Entretenimento, empresa que tem como sócios a produtora Aniela Jordan e o empresário Luiz Calainho, feito em parceria com Roberto Medina, presidente do Rock in Rio, já foi assistido por mais de 60 mil pessoas e teve investimento de 12 milhões de reais. Desse valor cerca de 10 milhões de reais foram aprovados pelo Ministério da Cultura (MinC), via Lei Rouanet.
Inspirado no maior festival de música do mundo, “Rock in Rio – O Musical” conta uma história fictícia motivada pelas emoções e transformações que a música é capaz de provocar. Sem localização geográfica ou temporal, a trama acompanha a trajetória de superação de Sofia e Alef. Enquanto a menina, filha do organizador do maior festival de rock do mundo, não suporta ouvir música, o rapaz, mudo depois de sofrer um trauma familiar, só se expressa justamente pela música. A peça é embalada por 50 sucessos que marcaram diferentes edições do Rock in Rio.
Autor do musical em cartaz, Rodrigo Nogueira escreveu outras peças de teatro como “Play”, “Ponto de Fuga” e “Entropia”.Procurado por VEJA Rio, ele não hesitou em responder todas as perguntas e considerou absurda a acusação. ?Eu não seria burro de fazer isso com o meu primeiro musical e com algo tão grande como o Rock in Rio, que é uma vitrine, é uma acusação estapafúrdia?, disse Rodrigo Nogueira.