Rogério Avelino dos Santos foi preso por volta de 6h desta quarta (06) na favela do Arará, na Zona Norte do Rio. Um dos bandidos mais procurados da cidade, o traficante foi o pivô da guerra que assola a Rocinha desde setembro, após mudar de facção criminosa.
Cerca de 2.900 homens das Forças Armadas e das Polícias Civil, Militar e Federal foram mobilizados para a operação que prendeu Rogério. No momento da prisão, ele afirmou aos agentes que poderia resolver tudo em 20 minutos, o que foi entendido como uma tentativa de suborno pelos policiais. Após ser detido, Rogério contou que passou por 7 comunidades antes de ser pego: Turano, Fallet, Nova Holanda, Vila Cruzeiro, Jacarezinho, Mangueira e Arará. Todas elas são dominadas pela maior facção do Rio, à qual Rogério se filiou após trair o grupo comandado por Antônio Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico na Rocinha que está preso em Porto Velho. Durante as investigações, o Disque Denúncia recebeu mais de 300 informações relacionadas a Rogério, indicando 32 possíveis paradeiros do bandido, incluindo locais da Baixada e na região de Niterói.
Ao longo do dia, circularam nas redes sociais selfies dos policiais com Rogério feitas depois da prisão. A atitutde dos agentes foi criticada e será alvo de investigação. Logo após a divulgação das imagens, o delegado Gabriel Ferrando saiu em defesa de seus colegas. “A prisão do traficante é muito emblemática e, portanto, foi uma explosão de energia para os policiais. Não vejo isso com grande preocupação”, disse ele.
Rogério não é o primeiro chefe do tráfico preso pela polícia do Rio e, provavelmente, não será o último. Resta saber se sua prisão representa um ponto de virada na trajetória da violência no Rio ou mais um episódio isolado. Nos últimos anos, os cariocas já passaram por momentos parecidos como a captura de Nem (2011) e Dênis da Rocinha (1987), sem que essas ações representassem o fim real de uma história triste e recorrente na cidade.