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Roxy: donos do cinema protestam contra decreto da prefeitura

Grupo Severiano Ribeiro confirma o fechamento em definitivo das salas e fala em 'prejuízo financeiro incalculável' durante a pandemia

Por Cleo Guimarães
17 jun 2021, 19h31
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  • Proprietário do Roxy, em Copacabana, o Grupo Severiano Ribeiro se pronunciou sobre o fechamento definitivo do cinema (agora confirmado oficialmente) no mesmo dia em que a prefeitura baixou um decreto que impõe obstáculos à comercialização do imóvel. Ele está sendo negociado pela empresa por 30 milhões de reais mas agora, depois da decisão publicada no Diário Oficial do Município, a mudança de ramo do negócio está proibida. Ou seja, quem comprá-lo terá de manter as salas de exibição em funcionamento. Leia abaixo o pronunciamento do grupo, que narra ainda o “prejuízo financeiro incalculável” causado pelo cinema em tempos recentes:

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    “O Grupo Severiano Ribeiro confirma o fechamento definitivo do Cine Roxy e vê com receio a notícia sobre a inclusão do cinema no Cadastro de Negócios Tradicionais e Notáveis do Rio de Janeiro uma vez que, atrelar o imóvel à sua atividade não garante que a mesma será desempenhada pelo proprietário e nem poderia. A decisão de fechamento do cinema foi lamentada, imensamente, pelo grupo, que há alguns anos vinha lutando por sua sobrevivência, mas totalmente pautada nos resultados que o cinema vinha apresentando.

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    É fato que, no decorrer dos anos, os cinemas sofreram inúmeras mudanças em suas características, sendo, a principal delas, a migração para os shoppings centers. Esse movimento se deu devido ao comportamento do próprio público, que, por questões de segurança, multiplicidade de serviços, como amplo estacionamento e outras conveniências, passou a preferir opções de entretenimento localizadas em shoppings. Desde então, os resultados dos cinemas de rua seguiram uma curva decrescente acentuada, tornando-os inviáveis economicamente.

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    O Grupo Severiano Ribeiro vem, durante anos, subsidiando a operação do Cine Roxy, que se tornou, cada vez mais, deficitária. Em 2019, antes da pandemia, por exemplo, o cinema alcançou um público muito aquém do esperado, ficando 43% abaixo da média do grupo. Com a pandemia, em março de 2020, todos os cinemas foram fechados e, assim, permaneceram por cerca de oito meses, o que gerou um prejuízo econômico incalculável ao Grupo, que, na ocasião, inclusive, manteve o difícil compromisso de conservar o emprego de todos os seus colaboradores e honrar obrigações financeiras altíssimas. E, até hoje, vem lutando por sua sobrevivência nesse momento de dificuldades econômicas nunca vividas e sequer imaginadas em 104 anos dedicados à exibição.

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    Em outubro de 2020, com a reabertura dos cinemas, mais uma vez, o Roxy demonstrou sua inviabilidade, agravada pela característica de ter um público predominantemente sênior. Isso fez com que recebesse, em uma semana, apenas 24 pessoas, o que corresponde a oito por sala em um dia inteiro de operação, obrigando o Grupo Severiano Ribeiro a fechar suas portas e hoje, sem condições de manter sua operação, fechar definitivamente.”

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