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‘Rua do perdeu’: aumento de crimes na Tijuca faz via ganhar novo apelido

Crimes em sequência levam pânico e mudam rotina de moradores da região, que andam em grupos e evitam ficar na porta dos prédios e casas

Por Da Redação
29 mar 2022, 13h50
Praça Saens Peña, tijuca
Tijuca: um dos bairros que tiveram uma alta do aluguel em torno de 10% no último ano, mas que apresentam uma desvalorização nos últimos três meses (Portal Tijuca- RJ/Reprodução)
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Andar pelas ruas da chamada Grande Tijuca tem se tornado um desafio para os moradores e pedestres em geral, apavorados com a sequência de crimes que tem acontecido na região. O perigo fez com que a aparentemente bucólica Rua Agostinho Menezes, que virou palco de um número crescente de assaltos, ganhasse até um apelido: “Rua do Perdeu“. A via fica a menos de 100 metros de um batalhão de polícia. Mas isso não inibe os criminosos. Para tentar se proteger, estudantes de um colégio particular que precisam passar por ali só andam em grupo.

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Outras medidas vem sendo adotadas pelos pedestres, na tentativa de se protegerem. Moradores evitam ficar na porta de suas casas, trabalhadores tentam alterar horários de saída do emprego, por exemplo. Na madrugada de domingo, houve uma tentativa de roubo a um carro de luxo nas imediações da Praça Lamartine Babo. Após renderem o motorista, que fugiu, os criminosos não conseguiram dar a partida no veículo e tentaram perseguir o homem, mas se depararam com policiais e teve início um tiroteio que levou pânico a quem passava pelo local. No fim, os bandidos conseguiram fugir do local e ninguém foi preso. A ação se somou a outras ocorridas este mês na região, como a morte do farmacêutico Carlos Alandre Rezende, após um assalto na Praça Carlos Paolera, na última sexta-feira, e o assassinato do engenheiro Gabriel Barbosa Leite, esfaqueado enquanto andava pela Rua Conde de Bonfim. Em depoimento, o assassino, William Ferraz do Carmo, disse que escolheu a primeira pessoa que viu pela frente.

Rua Agostinho Menezes, a Rua do Perdeu
Rua do Perdeu: insegurança de moradores e pedestres rendeu apelido à Agostinho Menezes. (Foursquare/Reprodução)

“Está difícil andar em certos trechos da Tijuca. Eu evito ao máximo sair à noite e, durante o dia, utilizo somente as vias principais. As ruas pequenas, transversais, são um prato cheio para os bandidos. Essa noite escutei o tiroteio. Estava na cama e pensei ‘normal'”, disse ao Globo o comerciante Carlos Alberto Vieira, que mora nas imediações da Praça Lamartine Babo, próximo a um quartel do exército e à sede do 6º Batalhão da Polícia Militar.

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De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) relativos à região da Grande Tijuca, nos dois primeiros meses de 2022, os números de furtos a transeuntes, de celular, de veículos e a coletivos tiveram um aumento que varia de 44% a 204% em relação ao mesmo período do ano passado. Com relação a roubos, o aumento varia de 18% a 120% no mesmo período de comparação. A Polícia Militar informou que reforçou o policiamento em toda a Tijuca, inclusive no período da madrugada. Já a Polícia Civil afirmou que a atual gestão vem registrando os menores índices de criminalidade de toda a série histórica do ISP e que está investindo em inteligência e novas tecnologias, além da realização de concurso público para melhorar ainda mais estes números.

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