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Dez sambas-enredo inesquecíveis

Listamos as canções que fizeram história e marcaram o carnaval carioca. Ouça esses clássicos do samba

Por Louise Peres
Atualizado em 5 dez 2016, 15h44 - Publicado em 14 fev 2012, 11h25
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  • Há sempre aqueles sambas que, a cada ano, são lembrados em bailes, festas e celebrações carnavalescas como os melhores já escritos e entoados desde 1932, quando aconteceu o primeiro desfile das escolas do Rio. Seja por simbolizarem a quebra de barreiras no mundo do samba, ou pela inventividade de seus versos e melodias, eles entraram para a história como clássicos do carnaval. Para aquecer sua folia com o melhor do samba, elegemos nosso top 10, que compartilhamos abaixo com você. Ouça, relembre os tempos antigos e boa folia! 1 – Aquarela brasileira (Império Serrano 1964)“Vejam esta maravilha de cenário”, diz a canção, considerada uma das mais bonitas já apresentadas na história do carnaval carioca. Já no primeiro verso, o samba da verde e branco da Serrinha mostra a que veio: apresentar as belezas da natureza, da arquitetura e da cultura brasileiras. A obra foi escrita em homenagem a uma das canções mais populares da mpb: Aquarela do Brasil, de Ary Barroso (1939). Mesmo passando por dificuldades e enfrentando sucessivos rebaixamentos ao grupo de acesso, em 2004 a Império Serrano reeditou o samba e levantou a Sapucaí.

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    2 – Cântico à Natureza (Mangueira 1955)

    A Estação Primeira de Mangueira conquistou o segundo lugar no carnaval do ano de 1955 com um samba de Alfredo Português, Nelson Sargento e Jamelão. A canção narrava as quatro estações do ano, enredo da escola naquele carnaval, culminando numa ode à estação das flores.

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    3 – Chica da Silva (Salgueiro 1963)

    No início dos anos 60, a vermelho e branco da Tijuca homenageia personagens negros que marcaram a história do Brasil. Após Zumbi dos Palmares, em 1960, em 63 foi a vez de Xica da Silva ser homenageada pelos salgueirenses. Noel Rosa de Oliveira, em parceria com Anescarzinho, escreveu e interpretou o samba da escola.

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    4 – Os Cinco Bailes da História do Rio (Império Serrano 1965)

    Outro clássico dos sambas enredo saído da Império Serrano, este marcou e revolucionou o carnaval carioca por romper uma barreira no machista mundo do samba. Ao lado de Silas de Oliveira e Bacalhau, Dona Ivone Lara assinou Os Cinco Bailes da História do Rio, sendo a primeira mulher a compor um samba-enredo na história. Ao narrar cinco momentos de festa (a celebração de 20 anos de existência do Rio; a promoção da cidade à capital; a coroação de D. Pedro; a proclamação da independência; e, por fim, a extinção da monarquia), escola da Serrinha foi vice campeã naquele ano.

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    5 – Domingo (União da Ilha 1977)

    Criado por Waldyr da Vala, Aurinho da Ilha, Ione do Nascimento e Adhemar de A. Vinhaes, o samba apresenta situações emblemáticas de um típico dia de domingo na cidade maravilhosa. O desfile deu à União da Ilha, que nunca foi campeã do Grupo Especial, o terceiro lugar no campeonato de 1977. O samba tornou-se um dos maiores sucessos da escola, sendo regravado por Emílio Santiago.

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    6 – Heróis da Liberdade (Império Serrano 1969)

    O samba do ano de 1969 da Império Serrano é lembrado até hoje pelo seu caráter provocador. Em plena ditadura, a canção de Silas de Oliveira, Mano Décio da Viola e Manoel Ferreira clamava a liberdade e relembrava passagens de nossa história marcadas pela opressão: a Inconfidência Mineira, a abolição da escravatura, e o período pré-independência. Mais tarde, foi regravado por intérpretes como Martinho da Vila, João Bosco e Maria Rita.

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    7 – Kizomba, Festa de uma Raça (Vila Isabel 1988)

    Rodolpho, Jonas e Luiz Carlos da Vila compuseram o samba que daria, em 1988, o primeiro campeonato à Unidos de Vila Isabel. Ao som deste, que foi considerado um dos mais belos sambas da história do carnaval carioca, a Vila levantou a Sapucaí com um bonito desfile. Em meio a plumas e paetês, matérias primas incomuns como a palha e o sisal foram amplamente utilizados para contar a história da influência negra na cultura universal.

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    8 – Lendas e Mistérios da Amazônia (Portela 1970)

    No primeiro carnaval dos anos 70, a Portela foi campeã com o samba de Catoni, Jabolô e Valtenir, que falava das tradicionais lendas que povoam o imaginário amazônico. Uma onomatopéia que imitava o som dos instrumentos da bateria fez o refrão cair na boca do povo: “Ô esquindô, lá, lá, esquindô lê, lê”. Curiosidade: também neste carnaval, a Portela começou a trazer, em seu abre-alas, a figura da águia. A prática, desde então, virou tradição da escola. O enredo e o samba campões foram reeditados e levados à avenida em 2004, e deu à azul e branco o sétimo lugar

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    9 – O Mundo Encantado de Monteiro Lobato (Mangueira 1967)

    O décimo campeonato do carnaval carioca da Mangueira veio com a homenagem a Monteiro Lobato, cantada no samba de Hélio Turco, Darci, Jurandir, Batista e Luiz. Por muitos considerado o melhor samba-enredo de todos os tempos, foi interpretado pelo saudoso Jamelão e é cantado, na gravação abaixo, por Elza Soares.

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    10 – Os Sertões (Em Cima da Hora 1976)

    O último da seleção, por sua vez, é também considerado por especialistas uma canção carnavalesca memorável, das melhores já criadas na história. Fala da realidade dos sertanejos nordestinos, e das dificuldades da vida na região árida do interior da Bahia. No entanto, no ano em que apresentou o aclamado samba de Edeor de Paula, a escola Em Cima da Hora terminou na penúltima colocação, com o 13º lugar. Mesmo com um samba premiado, a escola foi rebaixada.

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