Continua após publicidade

Secretaria de Saúde do Rio combate preconceitos sobre obesidade

Medidas incluem novas abordagens sobre o assunto

Por Agência Brasil
12 out 2020, 11h40
Obesidade: a doença crônica atinge 20,8% dos brasileiros maiores de 18 anos, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde de 2013.  (Divulgação/Prefeitura do Rio de Janeiro)
Continua após publicidade

Com o auxílio do programa Crescer Saudável, integrante do Programa Saúde na Escola do Ministério da Saúde, novas abordagens a respeito do sobrepeso procuram combater a gordofobia, buscando a prevenção da obesidade infantil sem a reprodução de preconceitos ou estereótipos negativos.

+Para receber VEJA Rio em casa, clique aqui

Neste domingo (11), quando se comemoram o Dia Mundial e o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) lembra a importância dos hábitos alimentares saudáveis e, também, a conscientização da população em relação ao tema do sobrepeso, em especial entre as crianças e adolescentes.

+Programa Rolé Carioca passeia pela região da Leopoldina e subúrbio

A obesidade é uma doença crônica que atinge 20,8% dos brasileiros maiores de 18 anos, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde de 2013. Seus efeitos ocorrem sobre o corpo físico do obeso e, também, apresenta efeitos psicossociais. Segundo a SES, atitudes gordofóbicas podem partir da incompreensão do que é a obesidade, em geral. Isso traz uma espécie de culpa para o obeso por sua condição física, sem levar em conta os fatores existentes por trás da doença.

Continua após a publicidade

+Coronavírus: Ginkeria é interditada na Barra por aglomeração 

Contexto

Na avaliação da coordenadora da Área Técnica de Alimentação e Nutrição da Superintendência de Atenção Primária à Saúde (SAPS) da SES-RJ, Katiana Teléfora, a obesidade deve ser entendida como uma doença crônica inserida dentro de um contexto biopsicossocial, englobando aspectos biológicos (genéticos e bioquímicos), sociais (culturais, familiares, socioeconômicos e médicos) e psicológicos (estado de humor, de personalidade e de comportamento). Ela defende que a obesidade deve ser discutida no âmbito da Atenção Primária à Saúde, sem culpabilização do indivíduo. “O resultado de um peso adequado não está centrado unicamente na pessoa e a escolha do tratamento pelo paciente deve ser respeitada”, apontou Katiana.

Tendo como foco a prevenção à obesidade infantil, o programa Crescer Saudável promove nos municípios os cuidados relativos à boa alimentação e nutrição, estímulo à atividade física e proteção à saúde das crianças e jovens. A Área Técnica de Alimentação e Nutrição da SES desenvolve ações articuladas entre a rede estadual de saúde, escolas públicas e as unidades de Atenção Primária. São trabalhados no programa incentivo às práticas corporais e o tratamento da obesidade.

Continua após a publicidade

“Damos orientações às coordenações municipais de como lidar com o tema sem que as crianças com sobrepeso fiquem resistentes por medo de ‘bullying’ (atos de violência física e psicológica de uma pessoa ou grupo contra um indivíduo)”, disse Katiana. Ressaltou ainda que as políticas públicas e a abordagem sobre o ato de comer não podem ser centralizadas na culpa para não fazer com que as crianças e adolescentes se retraiam.

+Covid-19: Rio registra 24 mortes e 268 novos casos; cenário é estável 

A psicanalista e professora do Internato em Nutrição e Saúde Coletiva da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Cristiane Marques, lembrou que a gordofobia nesse setor impacta o próprio tratamento contra a obesidade. Nesse sentido, destacou que uma abordagem mais abrangente do problema contribui para combater preconceitos internalizados por alguns profissionais de saúde no atendimento a pessoas com sobrepeso, que acabam ficando sem expectativa de êxito no tratamento. “Isso pode levar o indivíduo a deixar de voltar a esse profissional de saúde porque ele sabe que será culpabilizado”.

Continua após a publicidade

Isso pode gerar impacto especialmente nas crianças, que deixam de participar de atividades lúdicas e escolares, com possíveis desdobramentos adversos na adolescência, quando costumam ocorrer as mudanças físicas não público infantil.

Cristiane Marques acredita que a criação de novos hábitos alimentares requer o combate a estereótipos sobre o corpo, o que deve ser feito por meio de políticas públicas inclusivas de conscientização. A discussão sobre o preconceito social ajuda nessa tarefa, defendeu. “Temos que desconstruir essa ideia de que, para perder peso, é preciso apenas ter força de vontade”.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de Rio de Janeiro

a partir de 35,60/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.