A Zona Portuária recebe a partir desta terça (12) a conferência mundial Velo-City, que trata assuntos acerca do uso das bicicletas em benefício à mobilidade urbana. O evento contará com palestras e debates que serão realizados ao longo de quatro dias no Armazém 3 do Píer Mauá. A ironia é que, apesar de ter a maior rede cicloviária do Brasil, com um total de 450 quilômetros de extensão, nenhum novo trecho do sistema foi construído na cidade desde o início de 2017.
Na Lei Orçamentária de 2018, a prefeitura prevê um investimento de apenas R$ 5 mil para implantação de ciclofaixas e de R$ 50 mil para a elaboração do Plano Municipal Cicloviário, projeto de incentivo ao uso de bicicletas. No Portal da Transparência da prefeitura, nenhum desses gastos previstos aparece como efetuado.
Segundo a prefeitura, 20 quilômetros de ciclovias serão construídos até 2020. Apesar de parecer uma extensão significativa após um período de um ano e meio sem investimentos, o número é modesto se comparado com o histórico de anos anteriores: entre 2009 e 2016, os corredores exclusivos para ciclistas cresceram 273,9km. Os anos de maior aumento no sistema foram 2011 (73,9km), 2012 (59,57km) e 2013 (49,18km). Em 2016, a rede cresceu 20,9km, mais que o previsto para os próximos três anos.
Entre 2014 e 2015, R$ 39,8 milhões foram gastos em um projeto de implantação de ciclofaixas em áreas de encosta, caso da Ciclovia Tim Maia, que este ano desabou mais uma vez – em 2016, outro trecho já havia caído e provocado a morte de duas pessoas. O acidente é alvo de uma CPI na Câmara Municipal. Até hoje a ciclovia não foi totalmente reaberta ao público.