A Polícia Federal encontrou o nome de Sérgio Cabral num e-mail enviado por Rogério Araújo, diretor da Odebrecht preso na última sexta (19) pela operação Lava Jato. Na mensagem, o executivo indica que o ex-governador pode ter negociado a participação da empresa num consórcio que levou o maior dos contratos de obras do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio).
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O e-mail foi enviado por Rogério em 4 de outubro de 2007. De acordo com informações veiculadas hoje pela imprensa, a mensagem destinada a quatro diretores da Odebrecht informa que o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa iria conversar com Cabral sobre a inclusão da empresa nas obras do ciclo de água e utilidades do Comperj, que deveria ser ratificada pelo ex-governador. No fim, a Odebrecht terminou formando junto da Toyo e da UTC o consórcio de construtoras que levou o contrato de construção no valor de R$ 11,59 bilhões.
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No momento, as obras do Comperj se encontram parcialmente paralisadas. Iniciadas em 2012, elas tem custo total estimado hoje em 47 bilhões de dólares. Em depoimentos, os executivos da Toyo Júlio Camargo e Augusto Mendonça já afirmaram que houve pagamento de propinas para Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco e Renato Duque, ex-diretores da Petrobras. Em nota enviada a jornais, Cabral negou tenha ratificado a entrada da Odebrecht no consórcio ou interferido em qualquer obra da Petrobras.