Os deputados estaduais do Rio de Janeiro retomam os trabalhos nesta quarta (1°) e servidores voltaram a protestar em frente à Assembleia Legislativa (Alerj) contra o atraso de salários e o pacote de corte de gastos do governo estadual.
A abertura do ano legislativo está prevista para as 13h e a eleição da Mesa Diretora deve ocorrer às 15h. A assessoria da Alerj informou que não haverá Ordem do Dia nesta quarta e nem na quinta (2).
Servidores e funcionários da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) começaram a se concentrar no fim da manhã em frente ao Palácio Tiradentes, sede do Legislativo estadual, e fecharam as pistas da Avenida Presidente Antônio Carlos, o que complica o trânsito na região.
Na retomada dos trabalhos, a intenção do presidente da Alerj, Jorge Picciani, é discutir, na próxima terça (7), a privatização da Cedae e a autorização de empréstimo de R$ 2,5 bilhões para o estado.
O estado do Rio de Janeiro assinou com o governo federal um termo de compromisso para receber socorro financeiro da União. Para sanar um déficit que deve chegar a R$ 26,132 bilhões em 2017, o estado vai receber o aval do governo federal para tomar dois empréstimos de cerca de R$ 6,5 bilhões, tendo como garantias a privatização da Cedae e uma antecipação de receitas de royalties do petróleo.
O presidente do Conselho Fiscal do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Saneamento Básico e Meio Ambiente do Rio de Janeiro e Região, Flávio Guedes de Medeiros, disse que a entidade, que integra o Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe), está representando os funcionários da Cedae e os moradores das comunidades carentes “que são afetadas pelas privatizações”.
“O governo federal e o governo estadual não podem entregar para privatização, para o capital internacional financeiro as ações da Cedae. Eles têm que primeiro escutar os prefeitos, depois as câmaras de vereadores, vão ter que fazer as audiências públicas para o povo opinar”, disse Medeiros. “Querem transformar a Cedae pública numa empresa multinacional”.
Força Nacional
Agentes da Força Nacional e policiais militares patrulham o entorno da Alerj e grades voltaram a ser instaladas no entorno do prédio para evitar confrontos em protestos como os ocorridos no ano passado durante a votação de medidas do pacote fiscal.
Os agentes da Força Nacional estão no Rio de Janeiro desde dezembro. A atuação foi prorrogada por mais 70 dias, a pedido do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, “em prol da preservação da ordem pública”.De acordo com a Alerj, o número total de policiais será o mesmo mobilizado no ano passado: 500. A porta principal do Palácio Tiradentes ficará fechada e o acesso ao edifício será pelos fundos.