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Sete motivos que explicam o título da Viradouro no Carnaval do Rio

A escola de Niterói se tornou bicampeã do Carnaval carioca com enredo em homenagem às mulheres negras da Bahia

Por Marcela Capobianco
Atualizado em 26 fev 2020, 19h00 - Publicado em 26 fev 2020, 18h58
Viradouro campeã: enredo engajado e emoção da comunidade (Fernando Grilli/Riotur)
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Com um enredo que homenageou as ganhadeiras de Itapuã, mulheres escravizadas até o final do século 19 e que são símbolo de resistência, a Viradouro se tornou a grande campeã do Carnaval carioca de 2020. Confira os motivos que fizeram da escola de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, a detentora do troféu deste ano. Este é o segundo título da agremiação.

Engajamento. Onze escolas tiveram enredos de cunho político. A Viradouro foi uma delas. Os carnavalescos Marcus Ferreira e Tarcisio Zanon exaltaram a força da mulher negra e a resistência ao homenagear as ganhadeiras de Itapuã, mulheres escravizadas até o final do século XIX e símbolo de resistência. Eles foram à Bahia e fizeram um documentário sobre as lavadeiras, para mostrar para a comunidade, que abraçou o tema.

Comissão de Frente. Uma ideia simples, mas ousada, do coreógrafo Alex Neoral ficou muito bonita na Avenida. A atleta da seleção brasileira de nado sincronizado Anna Giulia encarnou uma sereia na comissão de frente da escola. Ela saltava e permanecia por até um minuto num aquário com 7 mil litros de água mineral.

Confiança. A escola voltou à elite do Carnaval carioca em 2018 e, no desfile do ano passado, foi vice-campeã. A comunidade e os componentes entraram na Sapucaí confiantes de que fariam um belo desfile e encantariam os jurados. Deu certo.

Luxo. As alegorias, fantasias e adereços da Viradouro estavam impecáveis, o que chamou atenção em um ano em que as escolas tiveram orçamento apertado. A quase-ostentação promovida pela agremiação niteroiense foi um deleite para quem assistiu aos desfiles do domingo (23).

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Letra na ponta da língua. O samba-enredo que não tinha sido elogiado pela crítica antes do desfile colou na mente do público da Sapucaí, que cantou junto com o intérprete Zé Paulo os versos ” Ó, mãe! Ensaboa, mãe! Ensaboa, pra depois quarar/Ora yê yê ô oxum! Seu dourado tem axé/Faz o seu quilombo no Abaeté/Quem lava a alma dessa gente veste ouro/É Viradouro! É Viradouro!”. A energia contagiou os componentes e, pelo visto, os jurados.

Batucada com surpresa. Mestre Ciça, no segundo ano à frente da bateria da escola, deu um show com a Furacão Vermelho e Branco. Um grande destaque, que o público adorou, foi a surpresa preparada pela Viradouro: uma estrutura perto da bateria que representava um tambor cenográfico trazia duas ritmistas escondidas. Em alguns momentos, o tambor se abria e as duas ritmistas eram elevadas.

Harmonia e evolução. Todos os componentes da escola cantaram o samba em alto volume durante todo o desfile. As alas estiveram bem alinhadas durante os noventa minutos em que passaram pela Avenida. A escola terminou o desfile com tranquilidade, antes do limite de tempo máximo.

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