O Rio é a sexta capital mais cara para comprar um imóvel entre as principais cidades da América Latina. O dado faz parte de um estudo inédito que contempla as doze cidades mais populosas da região. Quanto ao aluguel, a cidade aparece em nono lugar no ranking.
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Foram analisadas sete cidades do Brasil (São Paulo, Rio, Brasília, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre) e cinco capitais da América Latina (Lima, Cidade do México, Buenos Aires, Quito e Cidade do Panamá), que somam mais de 55 milhões de habitantes juntas.
O levantamento considera dados coletados por 1 ano até julho de 2022, com base nos anúncios e nas buscas feitas nos portais: Zonaprop (Argentina), Imovelweb e WImóveis (Brasil), Plusvalia (Equador), Inmuebles24 (México), Compreoalquile (Panamá), Adonde Vivir e Urbania (Peru), integrantes do Grupo QuintoAndar.
No Rio, o preço médio do metro quadrado para compra foi de US$ 1.784,00 (cerca de R$ 9.616,00) no período do estudo. Já o valor para aluguel no Rio foi de US$ 5,10 (aproximadamente R$ 27,49), em média, por metro quadrado. A capital com preço mais caro é Buenos Aires, na Argentina, com preço médio de US$ 2.479,00 (cerca de R$ 13.362,00) por metro quadrado para venda e de US$ 11,80 (em torno de R$ 63,60) para aluguel.
Segundo o economista do QuintoAndar Vinicius Oike, uma curiosa combinação de fatores gerou na pandemia um pequeno boom imobiliário na América Latina. A Argentina, no entanto, é uma exceção. “Buenos Aires vive um cenário de muita oferta e pouca procura. Ainda assim, com a inflação em alta, os preços de imóveis na capital são comparativamente maiores que os de outras cidades da região”, explica o especialista.
Quanto ao comprometimento da renda com o aluguel, o estudo aponta uma situação menos crítica no Rio em comparação com as outras cidades. Assim como Porto Alegre e Curitiba, a capital fluminense possui percentual de gasto com aluguel inferior a 30% – limite recomendado por especialistas.
Mas quando o assunto é a compra de imóveis, o índice na cidade é considerado “alarmante” – ou seja, quando o período que uma família precisa comprometer de renda para comprar um imóvel é superior a 7-10 anos.
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“Os valores de comprometimento para compra nas cidades analisadas são bastante similares e também indicam uma baixa acessibilidade financeira. Já os valores no aluguel apontam para um mercado formal descolado da renda familiar média”, ressalta Oike.
Com exceção de Quito, onde 54% das buscas são por casas, as cidades analisadas registram uma procura maior por apartamentos. No Rio, cerca de 60% das buscas no primeiro semestre foram por apartamentos e 40% por casas.
O estudo revela ainda os filtros mais usados por quem procura um imóvel no Rio. Os imóveis próximos ao metrô se destacam nas plataformas. Estão também entre os filtros mais selecionados: “churrasqueira”, “campo de futebol”, “elevador”, “área verde” e “frente ao mar”.
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