Um disco novo debaixo do braço, ela cumpre a agenda habitual de entrevistas e apresentações. Mas todo mundo só quer saber de outra coisa. O namoro com Chico Buarque dá cartaz, é certo, porém nada revela sobre os dotes musicais da cantora que sobe ao palco do Teatro Rival na quinta (4). Na estrada desde 2006, Thaís Gulin já havia mostrado bom gosto na escolha do repertório pouco óbvio e nos ricos arranjos de seu primeiro trabalho de estúdio. Agora, a curitibana de voz doce e interpretação segura revela-se talentosa compositora – cinco das treze faixas de ôÔÔôôÔôÔ levam sua assinatura. “Ainda estou no segundo disco, tenho de falar do meu trabalho e não da vida pessoal”, avisa.
Da relação com o Rio, a cidade que escolheu para morar em 2001, vem a inspiração para canções próprias como a faixa-título, composta no dia em que desfilou pela primeira vez na Mangueira. “Meus amigos falavam que eu não ia decorar o samba, ia prejudicar a harmonia da escola, aí nasceu esse antissamba-enredo”, diz. Ao lado de duas guitarras, baixo, bateria, acordeão e sopros, ela também mostra parcerias com Ana Carolina e Kassin (Quantas Bocas) e Moreno Veloso (Frevinho). Ao vivo, a singela Se Eu Soubesse, de autoria do namorado, está garantida ao lado de outras mais pesadas do primeiro disco, como História de Fogo (Otto e Alessandra Negrini) e Garoto de Aluguel (Zé Ramalho).
Thaís Gulin. 16 anos. Teatro Rival Petrobras (472 lugares). Rua Álvaro Alvim, 33, Cinelândia, ☎ 2240-4469, ? Cinelândia. Quinta (4), 19h30. R$ 30,00. Bilheteria: 15h/21h (seg. a qua.); a partir das 15h (qui.). TT.