Nesta quarta (08), Marcelo Crivella (PRB) e Luiz Fernando Pezão (PMDB) participaram do primeiro debate do segundo turno entre os candidatos ao Governo do Rio. Apesar do confronto direto entre os candidatos, quem roubou a cena foi o pastor Silas Malafaia. Convidado para fazer uma pergunta a cada político, o líder religioso acusou Crivella de seguir as ordens de Edir Macedo, fundador e bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e tio do candidato.
“Ele é pau mandado de Edir Macedo. Ele só é senador porque Macedo mandou ele ser senador, se não ele não era. Eu estou nessa seara, tenho 33 anos de pastor, eu conheço esse negócio todo, eu sei como eles operam. Ele não tem autonomia”, afirmou o pastor, dando a entender que vai apoiar o candidato Pezão no segundo turno. “No segundo turno eu ainda estou neutro, mas ele (Crivella) está me dando uma vontade danada de ser contra na real. Eu vou fazer campanha nas redes sociais, nas influencias que eu tenho, ele não vai levar mesmo o meu voto. Posso vir a apoiar o Pezão, até sexta ou segundo, se eu tiver que apoiar, eu apoio”.
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Em sua primeira pergunta no debate, Malafaia acusou a IURD de “colocar pastores para fora da televisão”. E questionou como o candidato poderia ter a confiança dos eleitores se ele não respeitaria nem mesmo os “irmãos de fé”. O senador respondeu que não tem interferência nas decisões da IURD e que a decisão sobre a programação cabe a cada emissora. Afirmou ainda que não vai permitir que o interesse público do estado seja sublevado por qualquer outro interesse e que vai prevalecer o interesse do povo. Durante a resposta do candidato, Malafaia o chamou de mentiroso e, ao final do debate, se tornou a criticar o senador. “Como um cara que é candidato, que tem que ter compromisso com a ética e com a verdade, mente na maior cara lavada? Quem é que pode acreditar num cara que fala numa mentira a cerca de outro pastor sendo ele um pastor? É covardia, é maldade”, afirmou o pastor.
Silas Malafaia é fundador da Assembléia de Deus, que segue uma corrente mais conservadora dentro dos evangélicos, enquanto Marcelo Crivella é ligado a Igreja Universal do Reino de Deus, a maior do país. O Censo de 2010 mostrou que a IURD perdeu mais de 10% dos fieis (em relação ao ano 2000) para outras igrejas evangélicas, entre elas a comandada por Malafaia. Já esta ganhou cerca de quatro milhões de adeptos em dez anos.