Presidente do SindRio, entidade que representa quase dez mil bares e restaurantes cariocas, Fernando Blower veio a público nesta segunda (21) para protestar contra o que considera “dois pesos e duas medidas” no endurecimento da fiscalização contra aglomeração na cidade. Somente neste fim de semana, cinco bares foram interditados no Rio – um deles, o Garoa, na Dias Ferreira, usou suas redes sociais para protestar pelo mesmo motivo. “Afinal, são os bares que aglomeram as ruas ou são as pessoas?”, questiona a página oficial do bar no Instagram.
Coronavírus: Crivella muda o tom e agora diz que momento ‘é preocupante’
Em comunicado enviado a VEJA RIO, Blower ratifica a posição dos empresários responsáveis pelo bar do Leblon em sua postagem. “A formalidade está sendo punida com multas e mandados de fechamento, enquanto as ruas são invadidas, sem qualquer fiscalização, por isopores com bebidas alcoólicas, quentinhas em malas de carro e mais um sem número de comerciantes informais”, analisa. Leia abaixo a íntegra do posicionamento do SindRio:
+ Para receber VEJA Rio em casa, clique aqui
Para qualquer ordem ser estabelecida, todos os agentes que fazem parte do processo precisam estar do mesmo lado. Não há outra maneira. No dia 2 de julho, bares e restaurantes foram autorizados a reabrir suas portas, uma conquista com base em muita luta travada pelo SindRio para estancar as várias sequelas de um fragilizado setor.
Coronavírus: Maracanã reabre para a torcida no dia 4 de outubro
Em todo o Rio de Janeiro, a grande maioria das casas reabriu respeitando as chamadas regras de ouro criadas pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Muitos estabelecimentos sequer puderam retomar os negócios naquele momento, sem condições financeiras e segurança jurídica para tal. Naquele dia, quase vimos todo nosso trabalho ir abaixo. Houve excessos pontuais, isolados, de todas as partes. O comportamento nas ruas, completamente inadequado e amplamente divulgado, acendeu um sinal vermelho. Era preciso estar mais atento. Nenhum agente da cadeia discordou da atuação e presença de fiscais, principalmente em polos mais nevrálgicos da cidade.
Luana Piovani está com Covid-19, depois de ‘truque’ para não usar máscara
No entanto há uma incoerência correndo solta, com trabalhadores informais e ambulantes tomando conta das ruas sem restrição. Eles encontraram uma brecha dentro da ordem, e tudo virou uma grande desordem. Não nos parece certo que haja este desequilíbrio. A formalidade está sendo punida com multas e mandados de fechamento, enquanto as ruas são invadidas, sem qualquer fiscalização, por isopores com bebidas alcoólicas, quentinhas em malas de carro e mais um sem número de comerciantes informais que encontraram, nesse ponto cego dos agentes de segurança, imensa oportunidade de ocupação.
Covid-19: média móvel de mortes no Rio sobe pelo terceiro dia consecutivo
E é no entorno desse tipo de comércio que aglomerações em desacordo com as orientações sanitárias vêm sendo registradas com maior frequência. O que vemos são dois pesos e duas medidas, onde o formal é tratado a ferro e fogo, e o informal parece invisível, podendo transitar e fazer o que bem entender.
Mart’nália abre projeto da Cidade das Artes com público na plateia e pela web
Assim, como representante de quase dez mil bares e restaurantes cariocas, o SindRio segue apoiando a retomada econômica de forma consciente e responsável e orientando os estabelecimentos da categoria para que cumpram as regras de ouro estabelecidas pela Prefeitura. Entendemos que o momento ainda exige cautela, mas reafirmamos a seriedade e o compromisso com que a grande maioria dos empresários do setor reabriu suas casas, dentro da legalidade, com rígidos protocolos de higiene e distanciamento social. Situações de funcionamento em desacordo com as normas são pontuais e não representam o esforço de toda a categoria para viabilizar a manutenção dos negócios na atividade econômica mais impactada pela pandemia e que segue, agora, sendo responsabilizada por questões que, muitas vezes, fogem à sua capacidade de atuação.
Luto: Morre o DJ Bernard de Castejá, aos 59 anos