Obra que sintetiza o trabalho do renomado paisagista brasileiro, o Sítio Burle Marx recebeu o título de patrimônio mundial da humanidade pela Unesco. A nomeação ocorreu nesta terça (27), durante a 44ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, em Fuzhou, na China.
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O espaço em Barra de Guaratiba, na Zona Oeste da cidade, tem 407 000 metros quadrado e abriga mais de 3 500 espécies de plantas tropicais e subtropicais. O sítio é composto por jardins e viveiros de plantas, além de sete edificações e seis lagos.
O local conta também com um acervo mais de 3 000 itens que inclui artes cusquenha, pré-colombiana, sacra, popular brasileira e uma coleção de obras de Roberto Burle Marx (1909-1994).
O Sítio Burle Marx é classificado como unidade especial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Estima-se que 30 000 visitantes passem pelo espaço por ano. Devido à pandemia, as visitas têm ocorrido de terça a sábado, com agendamento prévio por e-mail (visitas.srbm@iphan.gov.br).
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O sítio passou por um processo de requalificação para concorrer ao título que durou cerca de três anos, sendo concluído em fevereiro. Foram investidos cerca de 5,4 milhões de reais pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio da Lei de Incentivo à Cultura.
As reformas incluíram ampliação de acessibilidade para deficientes físicos.
Incluído na categoria Paisagem Cultural, o espaço é o 23º bem brasileiro na lista de patrimônios mundiais. Estão incluídos também outros monumentos cariocas, como o Cais do Valongo, na Zona Portuária, e as paisagens entre a montanha e o mar.
Burle Marx
Nascido em São Paulo, mas criado no Rio, o paisagista Roberto Burle Marx foi responsável pela criação de milhares de projetos pelo país e no mundo. Em solo carioca, destacam-se o planejamento do jardim do Museu de Arte Moderna do Rio (MAM Rio), em 1954, do Aterro do Flamengo, em 1961, e do famoso desenho do calçadão de Copacabana, em 1970.
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Além de ser o nome que importou o paisagismo modernista para o Brasil, Burle Marx também foi artista plástico, pintor, escultor, designer de joias, figurinista, cenógrafo, ceramista e tapeceiro. O paisagista viveu no sítio entre 1973 e 1994, reunindo plantas de diversas partes do mundo na propriedade, incluindo espécies em risco de extinção.