A perseguição aos judeus motivou o escritor Stefan Zweig a fugir da Europa para Petrópolis, em 1940. Setenta e seis anos depois, a história inspirou a estudante Desirée Abbade a escrever sua redação do Enem. Aos 17 anos, a jovem usou a saga do romancista austríaco para abordar o tema da intolerância religiosa, apontou o racismo e a impunidade como causas do problema e concluiu que uma sociedade mais bem informada poderia ser uma solução para o caso. O raciocínio não só faz todo o sentido como rendeu bons frutos a Desirée. Ela foi um dos 77 estudantes com nota máxima na prova, e hoje cursa o 2º período de medicina na UFRJ. “Mostrar o que você aprendeu em história, literatura e outras matérias na redação é uma boa forma de reforçar os argumentos que você apresenta”, diz a futura médica.
No próximo dia 5, mais de 6 milhões de pessoas em todo o país tentarão repetir o feito de Desirée. A redação é um dos terrores dos estudantes que fazem a prova do Enem. Em 2016, a média da nota no exame foi de 600 pontos, entre os 1 000 possíveis. De acordo com especialistas, a banca de avaliação premia os textos que introduzem o tema de maneira criativa, identificam causas e consequências e propõem saídas para a questão. Como mostra a nota da estudante, também conta pontos traçar conexões com fatos históricos, obras literárias e outras áreas do conhecimento. Sendo assim, montar um roteiro antes de escrever pode fazer toda a diferença. Na reta final, a dica é continuar treinando, de preferência com o auxílio de um professor que possa apontar os erros mais comuns e indicar ao estudante meios para melhorar sua nota. Seguindo esses conselhos e respeitando o limite máximo de trinta linhas, o aluno estará no caminho certo para a tão sonhada nota 1 000.