As Forças Armadas deixaram a Rocinha, na zona sul do Rio, na sexta-feira, 29, e desde então moradores relatam situação de tensão na favela. Na madrugada desta segunda-feira, 2, houve tiroteio entre policiais, que permanecem no morro, e traficantes, e falta energia em algumas localidades.
No domingo, dia 1º, também foram ouvidos tiros. “A situação continua tensa para nós. Com a saída das Forças Armadas, ninguém sabe o que vai acontecer, não conseguimos relaxar”, desabafou uma moradora, que prefere não ter a identidade divulgada.
O principal motivo do medo é o fato de Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, atual “chefe” do tráfico na comunidade, ainda estar solto. Ele vem sendo procurado na Rocinha e em outras comunidades do Rio com ligação com a favela pela mata por quase duas semanas.
O secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, foi à Rocinha no fim da tarde de sexta-feira e afirmou que a polícia fará “seu máximo” para proteger a população local, mesmo diante da possibilidade de novos conflitos armados entre traficantes rivais.
“Os moradores merecem todo o nosso empenho, a nossa dedicação. A população tem de ter a certeza de que nós estamos aqui para protegê-los, de que a polícia fará de tudo, o seu máximo”, disse Sá, horas depois da saída das Forças Armadas.
A avaliação da cúpula da segurança do Rio é de que a operação dos militares, que durou uma semana, foi bem sucedida. O brigadeiro Ricardo José Campos, chefe do Estado-maior conjunto, declarou que a saída das tropas da favela depois de uma semana de operação foi definida diante da constatação de que “a situação estava estabilizada”.
Segundo o secretário Sá, os mil homens das Forças Armadas que participavam de bloqueios e revistas serão substituídos por 500 policiais militares. Eles farão operações de cerco em 15 pontos e de contenção em outros 14 pontos. Além disso, o Comando de Operações Especiais ficará no morro por tempo indeterminado, além dos policiais da Unidade de Polícia Pacificadora.