Um turista que foi furtado na Pedra do Sal, na Gamboa, relatou ter se arrependido de procurar pelo aparelho. O motivo: ele não sabia que havia “seguranças” na região ligados ao tráfico, nem que o suposto ladrão seria espancado pela acusação de ter furtado os celulares.
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O paranaense de 28 anos, que preferiu não se identificar, relatou à coluna Segredos do Crime, do jornal O Globo, o momento em que viu a pancadaria ocorrer. “Houve uma hora que ele tentou olhar para mim, mas os homens que batiam nele puseram uma camisa na cara dele e mandaram ele parar de me olhar. Foi bem tensa a situação. A minha vontade foi dizer: “Esquece o meu celular. Deixa o moleque ir embora”. Mas fiquei com medo. Eu deveria ter desistido de procurar o meu celular, quando fui furtado. Talvez ele não tivesse apanhado tanto”, relembra o turista, nomeado como ‘X.’.
A cena ocorreu no último dia 9. Tudo ocorreu quando a vítima foi abordada por quatro mulheres, que passaram a sambar na sua frente, provavelmente como distração para que o crime ocorresse. X. diz ter dançado com as mulheres – descritas por ele como bonitas- até o momento em que elas se afastaram e o jovem percebeu que seu celular tinha sido levado.
Junto ao seu amigo, que também veio do Paraná, Y., de 33 anos, ele decidiu procurar pelas mulheres. Ao encontrá-las, elas tentaram fugir da situação. Um barraqueiro, então, disse para que eles procurassem pelo celular num galpão da região. Dentro do local, eles viram um rapaz sendo espancado por quatro homens fortes, que seriam os tais “seguranças” da Pedra do Sal.
O homem que parecia ser o chefe perguntou se algum dos cinco aparelhos recuperados era de X. e mandou que ele desbloqueasse o aparelho. Em seguida, os amigos deixaram o local. Antes de sair, Y. reparou que aquele homem usava uma camisa com o escrito: “Terceiro Comando”. “Aqui é Pedra do Sal. Aqui roubo não pode acontecer”, teria dito o dito “chefe”.
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Em nota, a Polícia Civil informou que investiga a ação de grupos criminosos na região da Gamboa e que “diligências estão em andamento para identificar e responsabilizar criminalmente os envolvidos”.