Morador de Vila Isabel, o consultor de TI Uilson Oliveira sempre foi apaixonado por esportes — tanto que, na adolescência, chegou a repetir o ano no colégio porque matava as aulas para jogar vôlei. “Não me orgulho disso, mas na época eu só pensava em treinar”, explica-se. Deslizes à parte, depois de adulto, apesar de não ter seguido carreira como atleta, ele conseguiu converter sua paixão em uma ferramenta de transformação social e hoje comanda aulas gratuitas para crianças e adolescentes. A modalidade escolhida para o trabalho voluntário, entretanto, foi um tanto inusitada: o beisebol. Popular nos Estados Unidos, o esporte tem poucos adeptos no Brasil. “Comecei a praticar em 1998 e me apaixonei. O beisebol exige uma disciplina que vai muito além da pelada que as crianças jogam na escola ou na rua”, explica Oliveira, que fundou, em 2010, o Latinos, um time amador que participa de competições, no qual divide as funções de jogador e treinador.
“Com o esporte, as crianças aprendem valores como companheirismo, responsabilidade e disciplina”
O projeto social nasceu em 2003, quando, acompanhado de alguns amigos, Oliveira começou a ensinar o esporte a crianças em um parque perto de sua casa. “Queria despertar o interesse delas e aumentar o número de praticantes por aqui”, recorda. Em 2012, o que era apenas um hobby se transformou em um programa estruturado, o Baseball Escolar. No início, Oliveira utilizava os equipamentos dos jogadores de seu time para as aulas. Em 2013, porém, a iniciativa chamou a atenção dos americanos da Major League Baseball (MLB), a maior e a mais importante liga da modalidade no mundo. A entidade passou a apoiar o projeto com a doação de equipamentos e a capacitação de professores. Atualmente, o programa atende cerca de 75 alunos, com idade a partir de 9 anos, em quatro pontos da região metropolitana — na Vila Olímpica de Ramos, em duas praças em Irajá e em um colégio em Duque de Caxias. “O esporte é a melhor ferramenta de transformação social. As crianças aprendem valores como companheirismo, responsabilidade e disciplina, e ficam com vontade de crescer”, explica Oliveira, que sonha em promover um grande torneio de beisebol no Rio.
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