Parte das unidades de saúde na favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, redirecionaram os atendimentos para outras localidades. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a estratégia foi adotada a partir desta terça (26). A possibilidade de abrir as unidades que foram fechadas será avaliada ao longo do dia.
A Rocinha recebe operações policiais desde segunda-feira da semana passada, após o confronto entre grupos criminosos ter desencadeado tiroteios no dia 17 de setembro. Desde a última sexta (22), as Forças Armadas atuam no entorno da comunidade.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a Clínica da Família Maria do Socorro dividiu suas equipes entre as clínicas Rinaldo de Lamare, na parte baixa da comunidade, e Píndaro de Carvalho Rodrigues, na Gávea.
O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Maria do Socorro transferiu a entrega de medicamentos para a clínica Rinaldo de Lamare e realocou o restante da equipe no CAPS Franco Basaglia, em Botafogo.
As equipes da Unidade de Pronto Atendimento da Rocinha atenderão na clínica Rinaldo de Lamare, no plantão diurno, e no Hospital Rocha Maia, no plantão noturno.
Suspeitos
As Forças Armadas mantêm o patrulhamento no entorno da comunidade e a Polícia Militar busca criminosos, armas e drogas no interior da Rocinha, com o Batalhão de Choque. A Polícia Civil já identificou 59 suspeitos de participação nos confrontos, na comunidade, e obteve 29 mandados de prisão. A operação integrada possibilitou o cumprimento de sete mandados.
O número de presos, desde o início da ação, chega a 16. Em balanço divulgado na noite de ontem, a Polícia Civil informou que foram apreendidos 23 fuzis, oito granadas, 2,5 mil munições, duas pistolas e 101 carregadores, na Rocinha.
Na zona norte, policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Ações com Cães (BAC) estão na comunidade do Borel, na Tijuca.
Milicianos
Na zona oeste da cidade, a Polícia Civil realiza hoje operação para cumprir mandados de prisão e busca e apreensão contra um grupo de suspeitos de integrar uma milícia. A quadrilha atua em Sepetiba e, segundo a Polícia Civil, faz cobranças ilegais a moradores e comerciantes, grilagem de terras, roubo e clonagem de veículos para a revenda e outras atividades relacionadas à prática de milícia armada.