A exigência do comprovante de vacinação contra Covid-19 de crianças de 5 a 11 anos para assistir às aulas presenciais divide os pais da Escola Americana, que tem unidades na Gávea e na Barra da Tijuca. Após receberem o comunicado da instituição em circular enviada aos responsáveis na última sexta-feira (7), um grupo contra a medida organizou um abaixo-assinado virtual. Até a noite desta segunda-feira (10), mais de 170 já haviam aderido ao movimento.
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Após a aprovação do imunizante da Pfizer para essa faixa etária pela Anvisa, no fim do ano passado, a prefeitura do Rio anunciou que iniciará a aplicação na próxima segunda-feira (17). Um dia depois, em uma circular redigida em inglês, o diretor da Escola Americana, Nigel Winnard, informou à comunidade escolar que “estudantes de 5 anos ou mais que desejem continuar tendo acesso ao campus deverão estar completamente vacinados passados 14 dias da data prevista para a segunda dose da faixa etária”. No comunicado, consta que “isso mantém a política implementada no último semestre, que é direcionada para o nosso objetivo de que todos os nossos alunos para quem a imunização está disponível estejam completamente vacinados”. O diretor destaca que todos os funcionários, assim como os alunos de 12 a 18 anos que vêm frequentado as aulas presenciais, já se encontram totalmente vacinados: “Agora, esperamos estender a mesma proteção aos nossos alunos do Ensino Fundamental”. E pede que o comprovante da vacinação seja enviado por e-mail para as enfermeiras de cada unidade.
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Já o texto que introduz o abaixo-assinado contra a obrigatoriedade defende que “a vacinação de crianças deve ser uma atribuição dos pais, não cabendo ao diretor da escola ou à sua diretoria o direito moral ou a competência médica para compelir os pais a vacinarem suas crianças, sob pena de privá-los de frequentar presencialmente a escola”. Os pais lembram que, até o momento, apenas o imunizante da Pfizer está disponível para essa faixa etária, e que a vacina da Coronavac segue em análise da Anvisa no que diz respeito às crianças. Isso, segundo eles, torna a decisão da escola “inoportuna” por “privar os pais (da escolha) sobre qual vacina administrar nos seus filhos”.
“Eu acho que, como acontece fora do país, que não é obrigatório para as crianças, aqui deveria ser igual. É uma vacina muito nova, não me sinto segura para dar no meu filho de 7 anos. Não quero ser obrigada a vaciná-lo nem a fazer aula online, porque isso gera, inclusive, um prejuízo emocional e social muito grande”, disse ao Globo a empresária Danielle Cristine Paiva Nunes, uma das mães que assinou o documento virtual.
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“O direito de um acaba quando começa o do outro. Não entendo como esses pais, que se dizem a favor da liberdade de escolha, querem questionar a decisão de uma entidade privada, que é a escola”, defendeu a advogada Paula Las Heras Andrade, outra mãe ouvida pelo jornal, que se posicionou a favor da escola: “Se as crianças estão voltando para uma convivência, é fundamental que estejam vacinadas. Sinto-me muito mais segura assim, até porque todos os médicos que eu conheço são altamente favoráveis à imunização das crianças”.
A Escola Americana preferiu não se manifestar.