Vacinação contra a gripe tem baixa adesão no Rio: entenda os riscos
Só 39% dos idosos e 17% das crianças entre 6 meses e 4 anos garantiram sua dose – bem abaixo da meta de 90% para cada um desses públicos
Com a aproximação do inverno, a Secretaria municipal de Saúde do Rio (SMS) alerta para os riscos da baixa adesão à campanha de vacinação contra gripe até o momento. Com temperaturas mais baixas e em ambientes mais fechados, as infecções respiratórias, como a influenza, podem se disseminar com maior frequência. Muitas vezes subestimada, a gripe é uma doença muito mais grave que um resfriado e pode apresentar complicações em grupos mais vulneráveis, como idosos, crianças pequenas, gestantes e puérperas (até 45 dias após o parto), levando a internações e morte. Como mostra o EpiRio, plataforma de observatório epidemiológico da cidade, apenas 39% dos idosos a partir de 60 anos e 17% das crianças entre seis meses e 4 anos de idade já garantiram sua dose contra a gripe – bem abaixo da meta de 90% para cada um desses públicos.
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Um dos efeitos da baixa adesão à vacinação é o risco da ocorrência de surto pela doença, seja pelos vírus que já compõem a vacina anual ou pela circulação de uma variante desses vírus. No final de 2021, um surto de gripe provocado por uma variante do vírus influenza A (H3N2 Darwin) fez com que 76% do total de 943 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) registrados no município fossem atribuídos a este vírus. Os reflexos se prolongaram neste ano: entre os 51 casos de SRAG pelo mesmo vírus notificados em 2022 até o momento, 70,5% tiveram início dos sintomas em janeiro. Com o agravamento dos casos, além das hospitalizações, as complicações podem evoluir para o óbito do paciente. Em 2021, foram 141 mortes. Este ano, o número chega a 30 até agora.
“A vacinação é fundamental na prevenção da influenza: é muito segura, eficaz e comprovadamente reduz casos graves e óbitos. Convoco os cariocas, especialmente idosos e crianças, para virarmos a chave de tendência de baixas coberturas vacinais nos últimos anos e garantirmos a proteção contra formas graves da gripe“, disse o secretário municipal de Saúde, Rodrigo Prado.
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Seguindo orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o imunizante contra influenza é atualizado anualmente para proteger contra as cepas que mais circularam no Hemisfério Sul nos meses anteriores. A vacina ofertada pelo SUS este ano permanece trivalente, estimulando a imunidade contra uma linhagem de influenza B, a Victoria; e duas cepas de influenza A, a H1N1 e a H3N2 Darwin.
A vacinação contra a gripe no município do Rio ocorre de forma escalonada por grupos prioritários e faixa etária. A campanha começou em 4 de abril e já contemplou idosos, crianças entre seis meses e 4 anos, trabalhadores da saúde, gestantes e puérperas. Quem estiver em sua vez no calendário, ou mesmo se já tiver passado sua data, pode procurar uma das 236 unidades de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde) espalhadas por toda cidade para se imunizar. A repescagem segue até o fim da campanha, em 3 de junho.
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Nesta segunda (9), passaram a ser convocadas também pessoas entre 50 e 59 anos que se encaixam nos seguintes grupos prioritários: integrantes de forças de segurança e salvamento e das forças armadas, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade, pessoas com comorbidades ou com deficiência permanente, caminhoneiros, trabalhadores do transporte rodoviário de passageiros urbanos e de longo curso, trabalhadores portuários.
Para quem já tomou o imunizante em anos anteriores, o esquema vacinal é de dose única. Já para as crianças da faixa etária atendida que vão tomar a vacina pela primeira vez este ano, serão duas doses, com intervalo de 30 dias entre elas.