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Vânia Izzo criou uma central de atendimento para adolescentes

Psicóloga é responsável pelo serviço 123Alô!, que oferece assistência telefônica para jovens

Por Ernesto Neves
Atualizado em 5 dez 2016, 12h13 - Publicado em 1 Maio 2015, 00h59
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  • Integrante de uma equipe do Hospital Souza Aguiar, no Centro, a terapeuta Vânia Izzo de Abreu conviveu de perto com vítimas da violência urbana carioca. Em sua dura rotina de atendimento em um hospital público, constatou ser particularmente cruel a ausência de amparo nos casos que envolvem crianças e adolescentes. Em 2009, sua contribuição nessa seara passou a ser mais efetiva: a partir de um convite feito pela Child Helpline International, organização presente em 140 países, ela criou um serviço de atendimento gratuito, por telefone e internet, para aquele público: o 123Alô!.

    Em parceria com o Instituto de Pesquisas Sistêmicas e Desenvolvimento de Redes Sociais (Instituto Noos), Vânia, pós-graduada em mediação de conflitos e especialista em violência doméstica contra menores, coordena hoje uma equipe multidisciplinar formada por sete pessoas, entre advogados, psicólogos e especialista em comunicação.

    De segunda a sexta, das 8 às 20 horas, através do número 0800 0123123 e pelo site https://www.123alo.org.br, eles se propõem a esclarecer as dúvidas dos jovens sobre os mais diversos temas — desde relacionamentos amorosos e familiares, passando por  questões de sexualidade, até situações de risco. “Ao longo do trabalho, percebemos que eles se sentem muito sozinhos. Por isso, é importante haver um canal através do qual possam dialogar livremente, sem julgamentos nem bloqueios.” 

    Desde que foi inaugurado, há seis anos, o serviço já recebeu cerca de 50 000 telefonemas de moças e rapazes de 13 a 17 anos. O intenso trabalho de divulgação é realizado pela equipe por meio de debates e palestras em escolas do Rio. Para aprimorar o serviço por aqui, Vânia criou, em 2014, o Comitê de Participação Infantojuvenil do 123Alô!. Formado por quinze jovens, o grupo realiza encontros frequentes para discutir o funcionamento do projeto, assim como temas surgidos nos atendimentos.

    Agora, ela também sonha em expandir a linha telefônica, atualmente restrita ao Rio, para todo o Brasil. “Estamos à procura de investidores que tornem a ideia viável”, conta. De fácil constatação, a precária cidadania dos mais jovens mostra que o país precisa urgentemente de iniciativas nessa direção.

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