VEJA Rio recomenda
O documentário Bullying, o Festival Internacional de Cinema de Arquivo Recine 2012, a exposição de Getúlio Damado e a peça Édipo Rei
CINEMA
Bullying. O menino da foto se chama Alex, tem 12 anos e mora em Sioux City, no estado americano de Iowa. Nascido prematuro, ele é chamado de ?cara de peixe? por seus colegas de escola. No ônibus, vira alvo de tapas e insultos daqueles que, ingenuamente, considera seus amigos. Alex está entre as cinco vítimas de violentos ataques verbais e físicos analisados detalhadamente no filme, que estreou no Espaço Itaú de Cinema 3 e é um dos quinze pré-finalistas ao Oscar 2013 de melhor documentário. No Mississippi, Ja?Meya, menina negra de 14 anos, pegou a arma da mãe para revidar as zombarias diárias e acabou confinada em uma casa de detenção juvenil. Entre os desfechos ainda mais tristes há dois casos de suicídio. O diretor Lee Hirsch toca a ferida a fundo, registrando com sua câmera, discretamente, momentos que parecem extraídos da ficção mas são trechos da cruel realidade. Clique aqui para saber mais detalhes sobre o filme.
Recine 2012. Na 11ª edição, o Festival Internacional de Cinema de Arquivo dedica-se à comédia. Em quatro salas e no pátio do Arquivo Nacional, na Praça da República, serão exibidos mais de 150 filmes, entre curtas, longas e muitas relíquias. Na abertura, na segunda (10), às 20h, uma sessão de vários títulos mostra Corrida de Carros para Meninos (1914), a primeira produção com Charles Chaplin caracterizado como o vagabundo Carlitos. A ala dos astros do cinema mudo traz ainda Harold Lloyd encrencado nas alturas em O Homem Mosca (1923), na terça (11), às 12h. Pode procurar que está todo mundo lá: Peter Sellers, Jerry Lewis, o francês Jacques Tati, o mexicano Cantinflas e o nosso Oscarito são outras das estrelas lembradas. A programação, gratuita, vai até sexta (14), dia de um estranho no ninho: o diretor sueco Ingmar Bergman proporciona risadas cerebrais com O Olho do Diabo (1960), às 14h. Clique aqui para ver a programação completa.
EXPOSIÇÃO
Getúlio Damado. Personagem conhecido de Santa Teresa, o artesão mineiro trabalha há 27 anos no bairro ? na rua, dentro de um inconfundível quiosque amarelo em forma de bondinho. Munido de uma montanha de sucata, cria bonecos, quadros, automóveis, casas e outras obras de arte. Parte desse universo particular, 107 peças foram reunidas na individual SucArte, no Parque das Ruínas. Restos de celulares, pedaços de madeira, embalagens plásticas, teclados de computador e toda sorte de lixo ganham vida nova pelas mãos de Damado. O primeiro bonde que criou ? e não vende de jeito nenhum ? está no acervo exposto, assim como um esfuziante banco colorido com tampinhas de garrafas PET. Ele só deixa a oficina, na Rua Leopoldo Fróes, para garimpar matéria-prima. Suas criações, no entanto, já rodaram o mundo: foram expostas em galerias de Nova York, Londres e Paris e, no ano passado, dividiram espaço com a produção dos irmãos Campana, bambas do design, na Oca, em São Paulo. Saiba mais sobre a mostra na coluna Exposições.
TEATRO
Édipo Rei. Clássicos, por definição, resistem ao tempo, mas a modelar tragédia do grego Sófocles (496-406 a.C.) foi além ? influenciou a teoria da psicanálise de Freud no alvorecer do século XX e chega intacta ao terceiro milênio, como comprova a fiel adaptação em cartaz no Espaço Sesc, em Copacabana. A trama apresenta a desgraçada sina de Édipo, rei de Tebas: quanto mais tenta escapar da profecia do oráculo de Delfos, segundo a qual mataria seu pai e desposaria sua mãe, mais ele corre ao encontro desse mesmo destino. Gustavo Gasparani vive o protagonista com competência, em gradações de emoção que vão da arrogância ao desespero. Dotados de mais falas, também estão ótimos Eliane Giardini (no papel de Jocasta), César Augusto, Amir Haddad, Fabiana de Mello e Souza, Jitman Vibranovski e Rogério Fróes ? este em desempenho comovente. A cenografia de Bia Junqueira, valorizada pela luz de Maneco Quinderé, explora o formato de arena, transformando os espectadores em cidadãos de Tebas. Figurinos de Marcelo Olinto e a percussão ao vivo de Felipe Antello e Murilo O?Reilly são outros acertos na encenação, dirigida sem invencionices por Eduardo Wotzik. Clique aqui para saber mais sobre a peça.