Nos dias de hoje, calças rasgadas saem prontas da fábrica, cortes de cabelo ao estilo moicano fazem sucesso nos estádios de futebol e piercings são adereços triviais. Nos anos 70, eram símbolos do movimento punk, que partiu dos subúrbios ingleses para confrontar o establishment através da rebeldia na música, nos figurinos e no comportamento. Difundido por bandas como a inglesa Sex Pistols e a americana Ramones, o movimento acabou engolido pelo mercado. Desse paradoxo trata a coletiva I Am a Cliché ? Ecos da Estética Punk. Serão reunidas no CCBB 150 obras, entre fotos, fotocolagens e instalações, produzidas por doze importantes artistas que, a exemplo do punk, saltaram da cena alternativa para
os fofos braços do pop.
Andy Warhol será representado por um exemplar de seus conhecidos Screen Tests (testes de câmera): um vídeo em que retrata silenciosamente os cinco membros do conjunto Velvet Underground, entre eles
Lou Reed. Também integram a mostra trinta fotografias da americana Patti Smith, elevada a musa e poetisa do punk quando lançou o disco Horses, em 1975, feitas por Robert Mapplethorpe. Selecionado pela francesa Emma Lavigne, curadora do Centro Georges Pompidou, em Paris, o acervo foi exibido no ano passado no evento Rencontres d?Arles, considerado o maior festival de fotografia
da França. No Rio, uma novidade vai ser a ambientação sonora criada por Thierry Planelle, que dividiu a curadoria com Emma Lavigne. No mesmo espaço, ele também vai exibir sua coleção de capas de disco.
I Am a Cliché ? Ecos da Estética Punk. Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Primeiro de Março, 66, Centro, ☎ 3808-2020. → Terça a domingo, 9h às 21h. Grátis. Até 2 de outubro. A partir de terça (12).