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Da rede para o palco

Sucesso no mundo virtual, o jovem humorista Victor Meyniel estreia no Teatro do Leblon

Por Rafael Teixeira
Atualizado em 5 dez 2016, 12h52 - Publicado em 2 jul 2014, 20h49
Tomás Rangel
Tomás Rangel (Redação Veja rio/)
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Lançado há menos de dois anos, o Vine é uma plataforma na qual os usuários podem publicar somente vídeos bem curtos: o tempo máximo é de seis segundos. De grão em grão, porém, o estudante carioca Victor Meyniel, 16 anos, com suas 1?800 postagens até agora, tornou-se um novo fenômeno do riso na internet. Suas pílulas de humor pueril variam da observação do cotidiano, como no deboche feito nos corredores desertos de um shopping de luxo, ao nonsense do personagem Benjamin Canetton, que pendura esferográficas nas narinas. Hoje, seu perfil contabiliza mais de 400?000 seguidores, e sua comunidade no Facebook obteve mais de 266?000 curtidas. No YouTube, em que começou a publicar vídeos mais longos há aproximadamente quatro meses, seu canal tem perto de 55?000 admiradores. Esses números expressivos do mundo virtual serão postos à prova pela primeira vez em um palco: no sábado (5), ele estreia Meu Queridooo, stand-up comedy de sua própria autoria, no Teatro do Leblon. Vai juntar conteúdo conhecido e material inédito. “Sempre gostei de plateia. É uma chance de ver a reação imediata do público”, diz Meyniel, aluno do Tablado há dois anos.

Nascido e criado na Tijuca, filho de um empresário e de uma produtora de eventos, ele sempre foi uma criança extrovertida, daquelas que adoram fazer graça para as visitas. Transformar a aptidão em vídeos, no entanto, jamais lhe passara pela cabeça até saber, por um amigo da escola, da existência do Vine. “Ele me disse que poderia dar certo, porque sempre fui o engraçado da turma”, lembra o jovem, que é fã dos comediantes Tatá Werneck e Paulo Gustavo. Os esquetes, então, começaram a ser produzidos, invariavelmente em total solidão: Meyniel usa seu telefone celular, empunhando-o ou sobre um apoio. Não há iluminação nem microfones especiais, e o máximo de cenografia e figurino a que se permite é um lençol amarrotado ao fundo ou um vestido vermelho fazendo as vezes de peruca. Até os cortes e grafismos são realizados por ele próprio, por meio de um aplicativo. O caráter tosco, ele realça, não se trata de opção estética, mas de falta de dinheiro mesmo. Situação que pode mudar conforme sua popularidade se amplia no mundo real ? assim como aconteceu com o comediante Rafinha Bastos, que também fez seu noviciado na internet. Diretor de Meu Queridooo, Rogério Fabiano endossa: “É um canal que só faz crescer, e o Victor é muito promissor”. Se tudo der certo, as curtidas vão virar aplausos.

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