Durante uma visita à 54ª Bienal de Veneza, em 2011, o marchand Ricardo Duarte notou a presença de tons de vermelho em grande parte das criações expostas. Sem a pretensão de apontar novos rumos nas artes, tirou da experiência uma ideia. Elegeu a cor como tema da primeira coletiva de sua galeria, a Graphos: Brasil. Vivendo no Vermelho reúne quase sessenta obras de dezenove artistas oriundos de nove países. Na seleção dos trabalhos ele se viu numa encruzilhada. ?O mote podia ser ligado a erotismo, amor, política e até saldo negativo no banco?, diz.
A coleção definida aponta para várias direções. Vai de objetos a estandartes bordados na China na segunda metade do século passado. Ainda na Itália, Duarte fez contatos com, entre outros, o espanhol Felipe Cardeña ? que exibia em Veneza a série de colagens The Last Crisis of this Crazy Crazy World, de retratos de personagens históricos rodeados por flores. Dele, vêm para a mostra as imagens carrancudas dos russos Lênin (Red in Flower) e Stalin (Little Father) entre singelas pétalas. De seu acervo particular, o galerista escolheu Lengiz! After Ródtchenko ? Gordian Puzzle, foto de Vik Muniz. A peça de 2008 inspira-se em uma criação de 1925, do fotógrafo e artista gráfico russo Aleksandr Ródtchenko (1891-1956). O conjunto inclui ainda raridades, a exemplo de uma litografia abstrata do indiano Anish Kapoor.
Vivendo no Vermelho. Graphos: Brasil. A partir de R$ 2?500,00. Rua Siqueira Campos, 143, 2º piso, Copacabana, ☎ 2256-3268, ? Siqueira Campos. Segunda a sexta, 11h às 19h; sábado, 11h às 18h. Grátis. Até dia 29 de fevereiro. A partir de quarta (1º).