O governador Wilson Witzel publicou numa edição extra do Diário Oficial, nesta sexta (19), a prorrogação de algumas medidas restritivas de prevenção e enfrentamento à propagação do coronavírus no estado do Rio. Além da manutenção da suspensão das aulas presenciais das redes de ensino estadual, municipal e privada, das atividades coletivas em cinemas e teatros, e do funcionamento de academias de ginástica, o governo manteve as recomendações às prefeituras para que não autorizem a população a frequentar praias, lagoas, rios e piscinas. Os municípios têm autonomia para manter suas determinações, e no Rio, a praia só está liberada no calçadão (para exercícios, como caminhadas e corridas) e no mar, para a prática de esportes individuais como o surfe, o bodyboard e a natação.
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Nos dias seguintes à publicação da prorrogação das medidas de Witzel, no primeiro fim de semana do inverno, as praias da cidade ficaram cheias, principalmente na areia, onde a permanência é proibida também pelo decreto do prefeito Marcelo Crivella. Um reflexo da concentração de pessoas foi a volta dos ambulantes. Eles perceberam que haveria demanda – principalmente no domingo ensolarado, com temperatura beirando os 30°C – e ofereciam quentinhas, caipirinhas, biscoito Extra (uma espécie de “genérico do Biscoito Globo), queijo coalho e mate de galão.
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Policiais Militares abordavam apenas quem estivesse “em situação de permanência”, segundo um dos PMs que trabalhava na fiscalização das areias de Ipanema. Ele usou esta expressão para explicar a uma família o motivo pelo qual não era permitido estender cangas ou usar cadeiras. “Aí passa a impressão de que vocês vão ficar muito tempo aqui, nessa situação de permanência. Na verdade, não podia nem ficar parado para pegar sol”, afirmou. A cidade do Rio registrou um aumento de 52% nos casos confirmados da doença na semana passada, em relação à semana anterior, e já acumula 50 430 infectados, e 5 832 mortos.
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