O doleiro Alberto Youssef, principal delator da Operação Lava Jato, confirmou nesta quinta (10) que o govenador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e o ex-governador do estado Sergio Cabral, receberam R$ 30 milhões para a campanha eleitoral em 2010. Youssef prestou depoimento por meio de videoconferência no inquérito do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que investiga Cabral e Pezão.
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No depoimento, o doleiro afirmou que não participou da negociação, mas recebeu ordens do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa para deixar de cobrar propina das empreiteiras que participaram das obras Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), porque os valores seriam repassados “a integrantes do governo do Rio de Janeiro”.
As denúncias contra os dois investigadores surgiram em março, quando Costa afirmou, em depoimento de delação premiada, que fez contatos com as empresas e pediu que elas fizessem doações para a campanha de Cabral.
Em nota, o ex-governador Sergio Cabral reiterou indignação pelo envolvimento de seu nome no caso. Luiz Fernando Pezão declarou que as declarações do ex-diretor não são verdadeiras. O governador também refutou as declarações de Youssef e se colocou à disposição da Justiça.
Em outubro, a Procuradoria-Geral da República (PGR)pediu ao STJ a continuidade das investigações sobre Cabral e Pezão. A manifestação da PGR diverge do pedido da Polícia Federal que, em setembro, solicitou ao tribunal o arquivamento da investigação por falta de provas.