O cineasta Lula Buarque de Hollanda acaba de lançar seu primeiro trabalho fora da Conspiração Filmes, empresa que ajudou a fundar. “Saí porque queria me dedicar a projetos mais autorais”, resume. O documentário O Muro, que registrou as manifestações em torno do impeachment de Dilma Rousseff, acaba de chegar ao cinema. “Fiz um paralelo entre o muro erguido na esplanada, em Brasília, e os muros de Berlim e Jerusalém. Meu objetivo é fazer as pessoas refletir até onde a agressividade política pode chegar”, conta. Curiosidade: estima-se que há barreiras e muros em 65 países. “Política com ódio não é possível. Todo mundo tem de abrir mão de alguma coisa. Por isso tenho medo do Bolsonaro”, afirma Lula. Ele falou ainda sobre o estereótipo de esquerda-caviar que paira sobre a família: “Esses rótulos só estimulam a agressão. A gente tem que respeitar as diferenças. Não aceito provocações”. Em sua nova produtora, a Espiral, o diretor também está trabalhando na adaptação do livro Leite Derramado, escrito pelo primo Chico Buarque — Antonio Fagundes será o protagonista.