Ex-ministro da Cultura, o diplomata Marcelo Calero pediu demissão do cargo após ter sido pressionado por Geddel Lima, então ministro da Secretaria de Governo, para liberar uma obra em área tombada em Salvador. Desde então, é disputado por movimentos políticos de olho em sua conduta exemplar. Ele já faz parte de quatro, entre eles o RenovaBR, o Raps, criado por um dos donos da Natura, e o Agora, aquele do qual Luciano Huck também participa. O assédio é tanto que ele precisou interromper o livro que vinha escrevendo sobre o caso Geddel. Possível candidato a deputado federal, Calero falou a VEJA RIO.
O que tem aprendido com esses movimentos? Eu testemunhei o que é a velha política de perto, com cara, nome e sobrenome, então é um alento participar desses projetos de renovação. No caso do RenovaBR, o mais prático deles, trata-se de uma escola de formação de lideranças. Você aprende a montar uma campanha do zero.
Você ganha uma bolsa lá, certo? Todos os integrantes passam por processo seletivo e depois têm direito a valores que vão de 5 000 a 12 000 reais. Esse dinheiro vem ajudando, porque estou licenciado do Itamaraty, sem remuneração, e a bolsa do meu mestrado na Faperj está atrasada.
O que falta para se candidatar? Coragem. Minha família é contra por causa do que vivemos com o Geddel. Não foi fácil. Quando visito a minha avó, ela diz, categoricamente: “Marcelo, esquece isso”. Eu devo decidir antes da Páscoa. Mas, se for para concorrer, deve ser pelo PPS.