Nas escolas de samba, a alta costura, o acabamento e a busca pela perfeição são observadas em alguns setores das agremiações; destaques centrais em alegorias e casais de mestre-sala e porta-bandeira estão nesse lugar. No caso dos casais, a roupa entra no julgamento direto de um quesito e vale pontos. No manual do julgador de 2023, consta a indicação: “considerar na avaliação a indumentária do casal, verificando sua adequação para a dança e a impressão causada pelas suas formas e acabamentos; beleza e bom gosto”. Portanto, esse item é levado a sério. Nesse processo de elaboração de cada roupa, existe um cronograma. Primeiro o carnavalesco desenha o figurino e alinha as necessidades do casal, levando em consideração o enredo e questões anatômicas de cada integrante. Terminada a primeira parte de concepção, vem a parte de realização, onde um ateliê é escolhido para produção da roupa.
Nesse cenário, um nome vem se destacando. Fernando Magalhães, ex-estudante de moda da Academia Brasileira de Artes, paulista de 42 anos, é o responsável pelas roupas de sete casais do grupo especial e por mais dois casais da Série Ouro. Escolas como: Mangueira, Portela, Salgueiro, Viradouro, Unidos da Tijuca e Mocidade Independente de Padre Miguel entregam essa reponsabilidade para seu ateliê, com doze funcionários, que fica localizado no bairro de São Cristóvão.
Perto do carnaval, Fernando chega a trabalhar 18 horas por dia e recebe de forma individual e meio secreta cada um dos casais. O endereço tem uma sala de provas, no mesmo formato de um ateliê que desenvolve vestidos de noiva. “Tento transferir a qualidade de alta costura para cada roupa. O caimento é fundamental, mas a diminuição do peso da fantasia é a grande questão. Elaborei técnicas e consegui diminuir quatro quilos em algumas fantasias esse ano”, diz o artista, que sabe, melhor do que ninguém, que uma indumentária como essa chega a pesar 40 quilos e custa entre 180 e 240 mil reais, valor pago pela Acadêmicos do Grande Rio para o carnaval de 2009.
Essa magnitude de investimento está diretamente relacionada à escolha da matéria prima utilizada. Uma pena de faisão albino, por exemplo, pode receber diversos tingimentos e pode ser reaproveitada ao longo de muitos carnavais. Uma única pena chega a custar 45 reais e em cada fantasia são utilizadas entre duas mil e duas mil e duzentas. “ Um Presidente de uma agremiação quase surtou um dia aqui no ateliê quando recebeu o orçamento”, revela o artista, que depois do carnaval, geralmente, tira férias na Europa.
Confetes da Marquês de Sapucaí
– A operadora de telecomunicação Telecall estará presente no Carnaval 2023, dentro do sambódromo. A empresa será responsável pela conectividade da Rede Globo, que terá sua tradicional transmissão dos desfiles, bem como também o WiFi dos Camarotes Nosso e Global. A expectativa é que cerca de 3.500 aparelhos estejam conectados por dia na Sapucaí.
– Cada um dos 36 julgadores do Grupo Especial das escolas de samba receberá um pró-labore de R$ 4.000,00 pelos dois dias de desfile.
– Enredo da Imperatriz Leopoldinense de 2023 estará em um longa-metragem sobre o cangaço.