Georgette Vidor: Mamãe Noel da ginástica e símbolo de transformação
A treinadora emocionou ao divulgar um vídeo de promessas da modalidade, entre 10 e 12 anos, recebendo cestas de Natal compradas por ela

No Natal, a coluna celebra a trajetória de uma mulher que, por meio do esporte, constrói um espaço de sonhos e oportunidades. Eleita pela Veja Rio como a Carioca do Ano na categoria Esporte em 2024, Georgette Vidor reafirma diariamente por que seu nome é indispensável na história da ginástica artística brasileira.
Treinadora desde os anos 1980, Georgette foi pioneira ao levar a ginasta Luísa Parente à primeira final olímpica da ginástica brasileira, nos Jogos de Seul, em 1988. Desde então, ela revelou uma geração de atletas que ajudaram a consolidar o esporte no país. No entanto, sua contribuição vai muito além das competições. Recentemente, Georgette compartilhou, em suas redes sociais, um vídeo emocionante: promessas da ginástica, entre 10 e 12 anos, recebendo cestas de Natal compradas por ela.
O vídeo reacendeu uma antiga questão: como clubes de ponta, como o Flamengo, onde treina Rebeca Andrade, a maior medalhista olímpica da história do Brasil, ainda convivem com as mesmas dificuldades enfrentadas por gerações passadas, como a de Daniele Hypólito, primeira medalhista mundial da ginástica brasileira, em 2001?
“A ginástica artística brasileira permanece com o mesmo modelo do século passado. Faltam investimentos na base, faltam políticas públicas. Todos se aproveitam da imagem de um campeão, mas esquecem que, para isso, são necessários pelo menos dez anos de trabalho árduo”, desabafou um gestor esportivo que preferiu não se identificar por temer retaliações.
Além do gesto com as cestas, Georgette destacou em sua publicação o apoio essencial de Daniela Klabin e Bebel Klabin, que ajudam a sustentar sonhos em meio a dificuldades. Daniela, por exemplo, financia o aluguel de Ana Paula, uma jovem promessa da ginástica sul-americana, que deixou Petrópolis para treinar no Rio de Janeiro. Já Bebel apoia outras atletas, mostrando como, nos bastidores, a solidariedade é crucial para manter a chama do esporte acesa.
O trabalho de Georgette transcende a função de treinadora. Ela conecta recursos, pessoas e oportunidades, permitindo que novos talentos superem barreiras impostas pela falta de investimentos no esporte de base. É um esforço que garante a continuidade do legado da ginástica artística, mesmo diante de tantos desafios.
A dedicação de Georgette e das “madrinhas” da ginástica exemplifica como a paixão e o compromisso podem transformar vidas. Com ações discretas, mas de grande impacto, essas mulheres constroem o caminho para futuros campeões e reforçam o valor de um esporte que conquistou o coração dos brasileiros.
Georgette Vidor é mais do que uma treinadora: é um símbolo de resistência, determinação e inspiração, provando que o verdadeiro espírito esportivo reside na capacidade de transformar sonhos em realidade.