Eles têm nas mãos o caminho que as escolas de samba irão tomar nos próximos anos. Um nota mal dada gera uma grande repercussão, enquanto uma justificativa bem realizada provoca a evolução de um espetáculo. São publicitários, arquitetos, músicos, coreógrafos que, em meio à tensão e responsabilidade das avaliações, ficam hospedados em um hotel, de categoria midscale, no Centro da cidade, a poucos metros do sambódromo.
Distribuídos em quatro módulos de julgamento, os 36 julgadores dos nove quesitos oficiais do carnaval carioca (bateria, evolução, comissão de frente, mestre-sala e porta-bandeira, enredo, samba-enredo, harmonia, fantasia, alegorias e adereços) passam duas noites em claro avaliando as 12 escolas do Grupo Especial.
Tudo é preparado para que os avaliadores possam ter o foco nas notas e nas justificativas. Celular é proibido e informações externas, também. Dentro de uma cabine de avalição a tensão é gigantesca. Cada julgador tem direito a um acompanhante, que fica hospedado no mesmo hotel e, durante os desfiles, assiste à festa em uma área destinada especialmente para eles. Pelos dois dias de julgamentos, cada jurado recebe o valor de R$ 4.000,00.
No manual do julgador de 2024, disponível no site da entidade, consta que “o valor não representa qualquer retribuição financeira, mas, apenas, uma maneira de agradecer pela importante participação nas atividades comprometidas com a preservação das nossas raízes culturais”.