Dados inéditos levantados pelos Cartórios de Registro Civil do Rio de Janeiro apontam que, nos quase dois anos completos de pandemia, mais de 26 mil crianças fluminenses foram registradas somente com o nome da mãe na certidão de nascimento. O número, que representa 7% dos recém-nascidos fluminenses, ganha ainda mais relevância quando os últimos dois anos apontaram a menor quantidade de nascimentos no Estado. Além disso, os reconhecimentos de paternidade caíram mais de 20% quando comparados a 2019, último ano antes da chegada da Covid-19.
Os dados constam nos dois novos módulos – “Pais Ausentes” e “Reconhecimento de Paternidade” – que acabam de ser lançados no Portal de Transparência do Registro Civil, plataforma nacional, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), que reúne os dados referentes aos nascimentos, casamentos e óbitos registrados nos 168 Cartórios de Registro Civil do Rio de Janeiro, distribuídos em todos os municípios e distritos do Estado.
Em números absolutos, 26.017 recém-nascidos em 2020 e 2021 foram registrados com apenas o nome da mãe em sua certidão de nascimento, sendo 12.643 no primeiro ano de pandemia, e 13.374 mil no segundo ano. Os recordes são verificados justamente nos anos em que houveram os menores números de nascimentos desde o início da série histórica dos Cartórios, em 2003, totalizando 196.475 registros em 2020 e 192.835 em 2021.
Outra queda verificada pelos dados dos Cartórios de Registro Civil fluminenses mostra que os reconhecimentos de paternidade sofreram diminuição vertiginosa em meio a crise sanitária, passando de 971 em 2020 para 781 em 2021 — queda de 20% em relação a 2020, ano em que começou a pandemia.