Bruno Chateaubriand

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Rainhas da passarela do samba comandam novo programa de televisão

Evelyn Bastos, rainha de bateria da Mangueira, e Selminha Sorriso, primeira porta-bandeira da Beija Flor, serão protagonistas do Samba Coração

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1 dez 2022, 10h37
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  • A partir de 10 de dezembro, a dois meses do carnaval, o Rio Carnaval vai protagonizar um programa semanal na Band: o “Samba Coração”, exibido aos sábados, a partir de 16h. Em modelo inédito, o primeiro dedicado às escolas de samba cariocas e às estrelas que as integram, a atração será comandada pela porta-bandeira Selminha Sorriso, da Beija-Flor de Nilópolis, e pela rainha de bateria da Mangueira, Evelyn Bastos. Junto à dupla, cada edição terá convidados especiais ligados às agremiações.

    Além das âncoras, que vão formar um dos poucos programas de TV apresentados apenas por mulheres negras, o “Samba Coração” contará com a participação de uma matriarca do samba: Tia Surica, da Velha Guarda da Portela. A baluarte da azul e branca terá um quadro próprio, em que vai compartilhar dicas com os foliões, do alto de seus 82 anos de vida.

    O produto final é resultado de esforços do Departamento de Marketing da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa), em parceria com a Band. Desde o ano passado, o empresário Gabriel David, responsável pelo departamento, tem atuado para fomentar iniciativas que ampliem o espaço dedicado ao Carnaval na cobertura televisiva. Esses esforços levaram, por exemplo, ao “Seleção do Samba” (da TV Globo, com produção da Endemol) e à transmissão do Sábado das Campeãs pelo Multishow — o “Samba Coração” é um novo avanço neste mesmo sentido.

    — O programa vai ajudar a valorizar as pratas da casa do Carnaval, colocar o sambista em evidência e suprir uma demanda do público que vive a festa o ano inteiro, desejando se sentir reconhecido na TV. Mas além disso: é uma oportunidade de projetar o espetáculo para o Brasil inteiro, mostrando que as escolas de samba interessam e merecem ser acompanhadas de perto para além dos desfiles da Sapucaí — afirma Gabriel, que atuou na criação de conteúdo e direção audiovisual da atração.

    Com três décadas de esforços dedicados à dança como porta-bandeira, Selminha Sorisso já vinha, antes do “Samba Coração”, emprestando as próprias habilidades com a comunicação a iniciativas que projetam as escolas de samba nos meios de comunicação. Durante a pandemia, por exemplo, apresentou transmissões ao vivo que ajudaram a manter o “povo do samba” mobilizado pela internet. De lá para cá, também conduziu eventos e cerimônias e demonstrou interesse em trabalhar como atriz.

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    Agora, a sambista afirma que a estreia na Band simboliza uma “reparação histórica” às pessoas negras do mundo do samba que não se viam representadas na TV e, a partir do dia 10, vão poder assistir a uma mudança de paradigma. Não só no lugar de protagonismo devidamente entregue a duas pessoas negras, mas também na percepção sobre quais funções atreladas ao Carnaval podem ser repassadas às mulheres:

    — É um privilégio mostrar o quanto essa gente preta, sambista e intelectual, venceu. Será um ganho ter na TV duas mulheres pretas, com origem em comunidades, ajudando a amplificar a voz do povo preto e das mulheres pretas. Há uma imagem que se manteve distorcida por muitos anos e, agora, ganha força. Com isso, vamos tratar de histórias, sonhos e talentos que antes ficavam invisíveis. Mostraremos, por exemplo, que as mulheres do samba dançam, mas também pensam, dialogam e comunicam — defende Selminha, complementando: — E, assim, muitas outras portas também vão se abrindo para personagens pretos.

    Evelyn Bastos, que cruzará o Sambódromo em fevereiro como majestade mangueirense pela nona vez, faz coro à Selminha. Ela reverencia a porta-bandeira e, agora, parceira de “Samba Coração” e destaca que já vinha sonhando em apresentar um programa de TV.

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    — Quem nunca teve o sonho adolescente de ser apresentadora de TV? — brinca Evelyn, aos risos: — Estou curtindo cada momento desse projeto, que vai mostrar a importância da representatividade de duas mulheres pretas e de localidades periféricas. E é muito bom estar cumprindo essa missão ao lado da Selminha, a quem eu sempre admirei.

     

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