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Bruno Chateaubriand

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“Roubam fios, cabos, tampa de bueiro”, diz Subprefeito da Tijuca

Felipe Quintans é o gestor responsável por uma região com 550 mil habitantes, sete bairros e 40 comunidades

Por Bruno Chateaubriand Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
15 jul 2023, 14h59
Subprefeito da Tijuca revela desafios da região com mais de 550 mil moradores
Felipe Quintans, subprefeito da Tijuca, na demolição do ferro velho do Salgueiro (Divulgação/Divulgação)
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Nascido e criado na rua do Matoso com Hadock Lobo, Felipe Quintans é o subprefeito responsável por uma região com 550 mil habitantes, com 7 bairros e 40 comunidades. Como um bom tijucano, e gestor da circunscrição, se declara torcedor do América e da tradicional escola de samba Estácio de Sá. Com 47 anos, formado em Ciências da Computação e estudioso em gestão pública, Felipinho, como é chamado pelos mais próximos, se revela apaixonado por um bom cozido sem muita frescura.

1- Como entrou na política?

Felipe Quintans (FQ) – Quando estudei no Colégio Pedro II era integrante do Grêmio estudantil, no segundo grau. Gostava muito de participar e ser o cabeça da turma. Quando fui morar na Espanha pela segunda vez, em 1999, me afiliei ao PSOE da minha região para poder fazer o trabalho com os imigrantes residentes no Brasil que conhecia. Mas tinha um bom relacionamento também com o “alcalde” que estava no mandato, o Andrés, do PP. E agora, em 2020, me envolvi na campanha do Eduardo Paes para apoiá-lo e voltei. Sou fã do homem.

2- Como é sua relação com o prefeito? Se falam com que frequência?

FQ – Somos próximos, parceiros dentro e fora das quatro linhas. E claro, temos que nos falar muito. Precisamos estar em dia para que ele possa saber o que acontece na Grande Tijuca. Ele cobra muito e é detalhista. Então estamos sempre no telefone ou pessoalmente nos reunindo. É um exemplo a ser seguido, trabalha muito e é sério demais.

Subprefeito da Tijuca revela desafios na região
Na entrega de um trator para a comunidade do Morro do Macaco (Divulgação/Divulgação)

3- Quais tem sido os maiores desafios?

FQ – São muitos, e o Tijucano é orgulhoso e cobra. Trabalhamos numa grande parceria com a Secretaria de Ordem Pública, comandada pelo Breno Carnevale. Ordenamento. Estamos fazendo um intenso trabalho em cima dos ferros velhos irregulares para tentar diminuir os furtos de cabos, canos portões e outros materiais. Ordenar o entorno do Maracanã também. Melhoramos muito a desordem da rua General Canabarro, os moradores agradecem demais. Mas tem que melhorar mais ainda. Também trabalhamos nas vias prejudicadas da região com o programa asfalto liso da secretaria de Conservação, muito importante. Agora estamos com o projeto Sub na Sua Porta, que está sendo maravilhoso. Olhamos os chamados do 1746 de uma microrregião e vamos pra rua caminhar, tocando em casas, prédios, comércios e abordando pessoas. Depois do levantamento escolhemos uma rua e entramos com vários serviços da Prefeitura ali. Agora, todo mundo pede nossa visita. Vamos muito em comunidades também, toda hora. São áreas sensíveis da Grande Tijuca que trazem demandas especiais. Estamos atentos.

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4- O tijucano é conhecido por ser exigente, vaidoso com sua região. O barulho incomoda o morador. A zona sul da cidade tem uma grau de rigidez elevado com ordem pública. Como o senhor classifica a atuação da secretaria de ordem pública na região?

FQ –  Acho que a secretaria de ordem pública nos atende bem, mas claro, sempre podemos melhorar. Quando recebemos denúncias ou chamados de 1746 referentes à esta questão de barulho, rapidamente montamos uma operação pra poder atuar. Sempre tento antes ir ao local e explicar ao responsável que estamos recebendo reclamações e que o local está extrapolando. Caso não haja ajustes, fazemos a fiscalização com aplicação de multa e até fechamento do local com cassação do alvará. Sou chato e gosto da solução rápida e organizada. Acho também que com a nova escala da Guarda, ganharemos corpo no ordenamento da região.

5 – E a violência? Outra questão muito observada na região. O que tem sido feito?

FQ – Violência na Grande Tijuca existe, assim como em toda a cidade. No atual momento, acho que estamos vivendo uma época mais tranquila em relação à violência armada. Não ouço quase reclamações neste sentido, já vivemos épocas mais sombrias. O comandante Blaz, do sexto batalhão, tem feito um belo trabalho e nos ajuda muito. Os furtos são a pedra no sapato atualmente.

6 – Muitos moradores reclamam de furtos de caixas de correio, de roubo de fios da rua? Tem como melhorar essa questão?

FQ – Infelizmente aumentou muito a quantidade de morador de rua. A pandemia foi cruel com muita gente. E muita gente infelizmente é usuária de substâncias e este vício faz com que cometam qualquer tipo de furto para comprar o que usam. Roubam fios, cabos, tampa de bueiro, canos de gás e várias outras coisas. Um problema social e de saúde. Isto está sendo oneroso para a Prefeitura, alguns condomínios e comércios. Estamos batendo firme em quem compra estes itens oriundos de furto e feito trabalho sério com a Secretaria de Assistência Social com essas pessoas, inclusive oferecendo abrigo. É uma tarefa difícil, um momento complicado, mas que vamos superar com nossas políticas públicas.

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7- Recentemente houve uma demolição de um ferro velho no Salgueiro. Qual o objetivo de uma operação como essa?

FQ – Estamos chegando de sola nos ferros velhos irregulares, justamente os que muitas vezes compram estes materiais roubados. Já interditamos vários e um foi demolido, o do Salgueiro. Encontramos arma, motor de carro roubado, cobres furtados, faziam gato de “água” e ocupavam um terreno que era da prefeitura. Descobrimos isso após investigação com o pessoal do Urbanismo. Em seguida, planejamos a operação e colocamos tudo abaixo, a população saiu pra rua para aplaudir e agradecer. Hoje os carros da UPP salgueiro ocupam o local, numa parceria que fizemos.

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