André Maranhão é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Entre 2018 e 2019 foi Presidente da sociedade no Rio de Janeiro. Segundo ele a telemedicina veio para ficar. O médico que integra American Society of Plastic Surgery analisa: “Dificilmente teremos algum retrocesso nesse novo modelo”. Em uma conversa com a nossa coluna André apresentou pontos positivos e negativos desse novo método.
1- A vantagem é acompanhar o paciente que já está em tratamento, sem sair do isolamento social, podendo avaliar exames, ajustar condutas, controlar cicatrização e prescrever com certificação digital. Temos que salientar que a autorização em vigor foi para o período de pandemia e em pacientes que já são do médico. A exceção fica para pacientes com suspeita de Coronavírus. O atendimento de um novo paciente deverá ser considerado como pré-consulta.
2- Uma avaliação adequada pode ficar limitada com a distância. Faz parte do protocolo de atendimento médico o exame físico no paciente. Nosso organismo é composto por diversos sistemas que devem funcionar de forma interligada. Após conhecer o paciente ao vivo, uma orientação a distância pode ser realizada com maior segurança.
3 – As credenciais do profissional são de extrema relevância. A ida ao consultório facilita a fiscalização. Fica mais fácil verificar o registro junto aos órgãos sanitários. Não conhecer o profissional que fará uma consulta de primeira vez por telemedicina abre margem para uma série de limitações éticas.
4- A manutenção do sigilo é dever de qualquer profissional de saúde. É regulamentado por diversos conselhos (medicina, odontologia, enfermagem). No entanto, quando uma consulta é realizada a distância, com ferramentas ainda não regulamentadas, a gravação por telemedicina pode ficar vulnerável. A invasão em sistemas de clínicas ou hospitais podem expor dados do paciente.
5 – A facilitação do envio de receitas com certificação digital pode estimular o consumo de medicamentos controlados.