Carla Knoplech

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Shopstreaming: tendência nas redes sociais em um mundo pós-pandemia

Como o novo formato de venda através de Lives promete mudar o setor de e-commerce no Brasil

Por Carla Knoplech
Atualizado em 30 jun 2020, 19h57 - Publicado em 30 jun 2020, 16h39
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  • Lembra do Shoptime, aquele programa de venda de eletrodomésticos ao vivo, onde os apresentadores falavam sobre as características dos produtos e você poderia compra-los ligando para o canal? Pois saiba que um fenômeno parecido com esse está ganhando força no cenário de e-commerce no Brasil, só que a partir das Lives. Quem estreou o formato foi a recifense Camila Coutinho, fundadora do blog Garotas Estúpidas, e considerada a primeira blogueira de moda do Brasil, referência no exterior e pioneira quando produzir conteúdo na internet ainda era algo absolutamente novo.

    Em parceria com a marca Americanas ela protagonizou no último dia 25/06 o evento “Americanas ao vivo” que contou com uma audiência de milhares de usuários e as reviews de Camila de produtos de beleza à venda na plataforma da marca. A estreia foi um sucesso e o nascimento oficial de um tipo de ação publicitária por aqui que já é consolidada em países como a China, por exemplo.

    Por lá, apenas em 2018, 81 dos principais influenciadores digitais de shopstreaming geraram cerca de 15 milhões de dólares em vendas para a gigante Taobao, site de compras online do grupo Alibaba. É a exata junção entre entretenimento, publicidade notoriamente sinalizada e a experiência do usuário à distância que consegue ver através do seu criador de conteúdo preferido as particularidades de cada produto. Um combo promissor. A Amazon não só está investindo no tema como criou um canal apenas pra isso.

    Junte nesse caldeirão um cenário pós-pandemia mundial onde estar distante passa a ser o novo normal e o desejo de consumo não diminuiu nem um pouco na curva de compra de itens não essenciais: prato cheio para as marcas criarem audiência com seu público através deste novo formato. A novidade coloca na mesa também uma variável que foi ressignificada pós Covid-19: o conceito de estar ao vivo. Apesar da possibilidade de transmitir um vídeo ser uma realidade há anos na internet, o contexto em que ela emergiu fez com que qualquer experiência transmitida em tempo real ganhasse muito mais valor do que um vídeo pré-gravado. Só no Instagram, por exemplo, os dados de crescimento falam da ordem de 70% a mais de Lives só em março.

    Em um Brasil onde quem não era digital passou a ser ou tentar ser, quem não usava seus canais de venda para vender descobriu que pode falar com seu público por multiplataformas e quem nunca havia comprado online foi obrigado a aprender, o shopstreaming chega como muito mais que uma tendência, mas uma nova forma de fazer e-commerce. Vai se der bem que fizer primeiro e, depois, quem fizer melhor. E nessa disputa, o consumidor também tem a ganhar.

    Carla Knoplech é jornalista, fundadora da agência Forrest, de conteúdo e influência digital, consultora e professora

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