Sabe aquele momento que você se acha um idiota? Talvez o mais idiota do mundo… Pois é, foi o que aconteceu comigo quando ouvi o audiobook “Como fazer amigos e influenciar pessoas”.
Por alguma razão eu tinha implicância com o título, achava meio forçado, meio piegas, por mais que eu ache ótimo fazer novos amigos. Esse livro já tinha “caído” na minha mão umas duas ou três vezes e eu nunca me interessei em lê-lo, mesmo tendo ouvido falar bem dele.
Eis que surgiu em audiobook e resolvi dar uma chance. Minha primeira grande surpresa foi que é um livro de 1931, isso mesmo, o livro foi escrito há mais de 9 décadas e continua atual, sendo um dos mais vendidos no mundo inteiro. Ou seja, fiquei intrigado logo na largada.
Em seguida, o autor sugere que o livro seja lido várias vezes, que se façam anotações e releia-se capítulos. Aí me senti ludibriado. Fala sério, o cara escreve um livro e pede para o leitor se tornar “seguidor” do livro dele? E nem tinha Instagram na década de 30 do século passado.
Nesse audiobook, como todo texto que dá dicas de vida, de comportamento ou de como fazer as coisas, tem alguns caminhos que são meio óbvios, até porque não existe pólvora a ser descoberta no mundo de vendas tradicionais, um a um, cara a cara, mas as abordagens são o que fazem diferença. Impressiona como pequeníssimos detalhes faz toda a diferença do mundo. Como por exemplo descobrir que a palavra que quase todas as pessoas do mundo mais gostam de ouvir é o seu próprio nome e como isso pode mudar a perspectiva de qualquer coisa que você faça na vida.
Qualquer pessoa com o mínimo de bom senso, ou de experiência, sabe que é melhor ouvir do que falar, especialmente quando se está vendendo alguma coisa, mas essa é uma caraterística de poucas pessoas e ainda menos quando se trata de vendedores. Sempre são incensados aqueles que são mais eloquentes. Eis que o Dale Carnegie, esse é o nome do autor, conta uma passagem que um vendedor de tecidos que vai fazer uma venda importante, mas exatamente nesse dia ele estava afônico e com uma incrível dificuldade de falar. Então o presidente da empresa que estava fazendo a compra resolveu fazer um teatrinho e fazer a venda por ele, destacando todas as características importante do seu produto e como ele era importante para a empresa. E o vendedor sem dar uma palavra realizou a maior venda de sua vida, simplesmente porque o cliente, obviamente, sabia muito mais do que ele para o que serviria seu produto.
Esse é só um exemplo das deliciosas passagens do audiobook que ouvi. E ele não estava brincando, esse livro precisa ser passado e repassado várias vezes, já escutei 3 vezes em menos de 2 meses, mudou a minha vida e a minha forma de ver várias situações.
Por que eu me senti o maior idiota do mundo? Porque deveria tê-lo devorado há 25 anos, ia me ajudar muito em diversas situações da vida. Foi horrível ver quanto tempo eu perdi, mas pelo menos agora vou aproveitar as muitas lições aprendidas.
Claudio Gandelman, pai de 2 filhos, economista, empreendedor e apaixonado por literatura.