Renovado após a compra pelo grupo Accor, o Hotel Caesar Park, na orla de Ipanema, tem novo chef: Willian Halles. Uma aquisição que promete colocar o Galani na rota dos melhores restaurantes da cidade – a casa, no 23º andar do prédio, aliás, tem vista deslumbrante. Halles está em casa. Depois de chefiar cozinhas de casas do porte do extinto Grottamare e ser o único profissional de fora da Europa a ocupar o cargo de chef executivo da companhia de cruzeiros de luxo Silver Seas, onde trabalhou por quase oito anos, ele aceitou o convite de Roland Villard para voltar à terra firme como cozinheiro do Le Pré Catelan, no Sofitel, que pertence ao mesmo grupo. “O restaurante tinha sido reformado e havia uma vaga de cozinheiro. Aceitei, mesmo sendo um cargo mais baixo e ganhando menos, porque achava importante a experiência”, lembra. Sábia decisão. Ao longo de sete anos, se tronou o braço direito do mestre Villard e conquistou a confiança da diretoria do grupo hoteleiro. Aos 41 anos, o novo chef executivo do Hotel Caesar Park volta para perto de onde tudo começou. “Meu primeiro emprego com carteira assinada, aos 16 anos, foi no restaurante Il Capo, que ficava a menos de um quilômetro daqui”. Não a toa, o cardápio que ele acaba de lançar parece fazer um saboroso retrospecto de sua trajetória. Não é não, Willians?
“É, fiz um apanhado de toda minha experiência, com referências a lugares que visitei. Tem, por exemplo, um gaspacho de pepino e especiarias, inspirado em Istambul, onde o legume é muito consumido como alimento refrescante, quase o sorvete aqui. Tem ainda pratos com influências africanas e outras australianas. E também uma homenagem ao Vinícius de Moares. Recriei um tutu com torresmo que ele adorava, presente no livro Pois sou um bom cozinheiro”
Gilda Mattoso, última esposa do poetinha, aliás, provou e aprovou.