Um dos restaurantes japoneses mais tradicionais do Rio, o Azumi perdeu seu patriarca. Isao Ohara faleceu no último dia 02 de maio, aos 78 anos. Ele estava em Tóquio, onde lutava há sete meses contra um câncer no seio maxilar. O sepultamento ocorreu na própria capital japonesa. A casa, que no próximo dia 23 completa 29 anos, seguirá aos cuidados da família, que já trabalhava com ele, tendo a filha, Alissa, à frente. Ela escreveu: “O Azumi é a nossa maior herança e estaremos juntos de nossos clientes e amigos, oferecendo, como sempre, o melhor, com força, muito trabalho e dedicação. O restaurante era parte da vida do meu pai e manter o seu legado é a mais importante homenagem que toda a família e equipe da casa pode prestar. Obrigada a todos pelo carinho, e, ao meu pai, por todos os ensinamentos de vida que me enriqueceram como ser humano e profissional”.
Nascido em Tóquio, mas criado em Azumi – região central do Japão que acabaria batizando seu negócio -, Isao Ohara chegou ao Brasil em 1963. Mas, antes de desembarcar no Rio, viveu no Mato Grosso do Sul, onde se dedicou por quase cinco anos à agricultura, especialmente café. Acabou perdendo tudo ao sofrer um golpe, condição que o levou a se mudar com a família para São Paulo. Mas foi na capital fluminense que os Ohara encontram vida melhor. Já na cidade, o patriarca criou uma bem-sucedida empresa de importação e exportação de minério que durou 35 anos. Apreciador da boa mesa, e sentindo a necessidade de mudar o rumo dos negócios, decidiu abrir um restaurante para oferecer aos imigrantes uma cozinha japonesa mais genuína. Embora as receitas tenham passado por pequenas adaptações ao longo dos anos, é ali que ainda se come a mais autêntica culinária nipônica da cidade.
Descanse em paz, Sr. Ohara. E vida longa ao Azumi.