Como era a Praça XV quase 200 anos atrás
Conhecido como Largo do Paço, o famoso logradouro do Centro do Rio foi lindamente retratado nos primeiros anos do Império por artista europeu
O suíço Johann Jacob Steinmann foi contratado, em 1825, para dirigir a primeira escola de impressão da Academia Militar do jovem Império do Brasil. Após 5 anos de serviço oficial, fundou seu próprio ateliê de litografias na Corte, mas, já em 1833, deixou o Brasil para retornar à Europa.
Em Basileia, na Suíça, lançou o álbum “Souvenirs de Rio de Janeiro”, que hoje faz parte dos acervos da Pinacoteca do Estado de São Paulo (após doação da Fundação Estudar, em 2007) e da Coleção Brasiliana Itaú.
Esta gravura do álbum de Steinmann, pertencente à Pinacoteca paulista, foi realizada por Friedrich Salathé, a partir de uma pintura de Victor Barrat. Ela mostra a atual Praça XV, então Largo do Paço, em algum momento entre as décadas de 1820 e 1830.
Vemos o Paço Imperial, o Convento do Carmo, a antiga Capela Imperial (atual Igreja de N. S. do Carmo da Antiga Sé) e a Igreja de N. S. do Monte Carmo, ao lado. Em primeiro plano, à direita da gravura, o “Chafariz da Pirâmide”, do Mestre Valentim, quando ele ficava à beira d’água, para abastecer de água os barcos e navios que atracavam no cais — e quem mais fosse nele servir-se.
Incrível como a arte tem o poder de nos transportar através de séculos de história, preservando a nossa memória.
*Daniel Sampaio é advogado, memorialista e ativista do patrimônio. Fundou o Instagram @RioAntigo e é presidente do Instituto Rio Antigo.