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Daniel Sampaio

Por Daniel Sampaio: advogado, ativista do patrimônio, embaixador do turismo carioca e fundador do Instagram @RioAntigo Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
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Rio Antigo na lupa: Uruguaiana com Ouvidor

Ao dar o "zoom" numa foto do acervo da Biblioteca Nacional, vemos detalhes interessantes de uma das mais famosas esquinas do Centro do Rio

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Atualizado em 18 jun 2020, 13h06 - Publicado em 18 jun 2020, 01h48
Vista parcial da lateral da Rua Uruguaiana e de parte da Rua do Ouvidor, início do século XX - (Autoria desconhecida. Fonte: Arquivo Brício de Abreu. Custódia: Biblioteca Nacional./Reprodução)
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Gosto, às vezes, de explorar os detalhes das fotos de altíssima qualidade que encontro nos acervos das nossas instituições de memória. No perfil @RioAntigo, no Instagram, chamamos essa “brincadeira” de “Rio Antigo na lupa”. É uma forma divertida de viajar no tempo, fazendo o nosso próprio recorte dessas fotografias, ao dar o “zoom” em fotos muito conhecidas.

Ao darmos o “zoom” nesta foto da Biblioteca Nacional, podemos ver com clareza os letreiros e propagandas fixadas na fachada de um estabelecimento de esquina da Rua Uruguaiana com a Rua do Ouvidor, que estava em processo de demolição. O anúncio dizia o seguinte:

“Camisaria Ouvidor – Barbosa & Cia. – Rua do Ouvidor 134A e Uruguayana 84 – sortimento, qualidade e preços sem rival – camisas, meias, lenços, chapéos (sic) de sol e de chuva, perfumarias finas, chapéos (sic) para snras. e senhoritas”

Tratava-se de um estabelecimento que possuía duas lojas bem próximas uma da outra, na região mais elegante do Centro do Rio naquele início de século XX. Essa loja havia sido fundada, em 1864, por Campos & Barbosa, com o nome de “Grande empório de roupa branca”, passando a se chamar “Camisaria Ouvidor” apenas em 1905.

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Detalhes de uma cena do cotidiano, na esquina das ruas Uruguaiana e do Ouvidor, no Centro do Rio (início do século XX) – (Arquivo Brício de Abreu - Biblioteca Nacional/Reprodução)
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Outra propaganda dizia: “só com Sapolio se consegue absoluta limpeza em casa e cosinha [sic]”.

Bem ali ao lado, ficavam outras tradicionais lojas da rua: a Casa Uruguayana, no número 98 da Rua Uruguaiana, onde M. A. Silva vendia e consertava sapatos — conforme o letreiro, o Calçado Condor devia ser muito popular; e a Alfaiataria Londres, no número 102 da Rua Uruguaiana, onde se faziam “ternos sob medida, à 50$, à 60$ e à 70$”.

Esse imóvel de esquina também parece ter sido algum estabelecimento comercial. “TUDO QUASE DE GRAÇA”, diz uma pintura na fachada do imóvel abandonado. Teria sido antes uma loja que realizou uma queima de estoque antes de fechar?

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A mesma esquina atualmente – (Google Street View/Google Maps)
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*Daniel Sampaio é carioca do Grajaú. Advogado e memorialista. Apaixonado pela história do Rio de Janeiro e pelo resgate das memórias afetivas do nosso povo. Criador do perfil @rioantigo no Instagram, lidera o projeto RioAntigo.org, iniciativa de valorização do patrimônio cultural carioca nas redes.

 

 

 

 

 

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