Beach tennis, o esporte que é a cara do Rio e, agora, do Brasil
As conquistas com o tetracampeonato dos brasileiros em plena Praia de Copacabana são muito maiores do que podemos imaginar
É tetra!!!! Foi bom demais torcer pelos atletas brasileiros na Copa do Mundo de Beach Tennis, encerrada neste domingo, na Praia de Copacabana. Faz mais de cinco anos que pratico e acompanho o esporte e ver pela primeira vez uma transmissão na televisão e ainda por cima com um tetracampeonato do Brasil foi muito especial.
A equipe comandada por Alex Mingozzi superou o time da Itália por 2 a 0 com vitórias nas duplas feminina e masculina. Nas duplas femininas, Rafaella Miller e Marcela Vita venceram as italianas por 2 sets a zero. E nas masculinas, André Baran e Vini Font também ganharam dos italianos por 2 sets a zero. Com os quatro títulos, o Time Brasil igualou o número de conquistas da Itália, justamente sua adversária neste ITF Beach Tennis World Cup.
Faz algum tempo que eu sou fã de beach tennis. Comecei a praticar em 2016 numa escolinha na Praia de São Conrado. Cheguei a ser atleta amadora e treinava todos os dias com vários treinadores do Leme à Barra da Tijuca para desenvolver a técnica – entre eles, Gerardo Araújo, Narck Rodrigues, Samantha Barijan, Vini Font, Alessandro Calbucci, Flavia Muniz e Wagner Fidelis. Eu e meu marido – também atleta amador – organizávamos nossos finais de semana de acordo com treinos e viagens para torneios.
Minha dedicação passou a ser tão intensa que cheguei a ser a quinta do ranking carioca. Fui entrevistada pela Veja numa reportagem sobre a febre do beach tennis no Rio (A nova praia do tênis). Segundo a Confederação Brasileira de Tênis, dos 1,2 milhão de praticantes no mundo, 400 mil estão no Brasil. Em 2016, quando comecei, éramos apenas 25 mil adeptos. A quantidade de quadras em todo o Brasil, inclusive privadas, vem aumentando a cada ano.
No início, os praticantes de beach tennis eram como uma comunidade que treinava e batalhava para que o esporte se consolidasse. Na época, eram os próprios atletas profissionais que davam aulas – ainda hoje falta patrocínio suficiente para que eles possam se bancar exclusivamente do esporte. Eu mesma cheguei a patrocinar torneios e atletas. E eu não era a única, cada praticante era comprometido em tentar elevar o beach tennis com esse objetivo.
Escrevo sobre o beach tennis hoje por dois os motivos. Primeiro porque este esporte mudou minha relação com a atividade física, que deixou de ser um compromisso diário, necessário, porém sem um objetivo maior. As aulas passaram a ser treinos, e a academia passou a significar o preparo do corpo e das articulações para melhorar a performance. O esporte me inspirou a manter a disciplina – quem sabe não pode ser uma inspiração para você também?
O segundo motivo é sobre a exposição solar e esporte ao ar livre. Eu já levava a proteção bastante a sério por conta da profissão, mas com a prática do beach tennis isso passou a ser ainda mais importante. Inclusive desenvolvi com uma farmácia de manipulação um filtro solar exclusivo para beach tennis e esportes outdoor. Existia uma “divisão” na dermatologia entre os que defendem a exposição ao sol e os que condenam. Os raios ultravioletas são realmente perigosos por conta dos altos índices de câncer de pele, porém são também fundamental para a saúde – na pandemia falamos bastante sobre a importância dele para a vitamina D – e também para o bem estar (Leia mais sobre prevenção ao câncer de pele). A cidade do Rio tem toda essa luminosidade e quem vive aqui não pode ignorar o estilo de vida ao ar livre – e a febre do beach tennis faz parte dessa cultura da praia. Minha linha, então é: não faça do sol um inimigo, mas use de todas as ferramentas (protetor solar, boné, óculos escuros, horários adequados) para se proteger.
A transmissão do ITF Beach Tennis World Cup pelo Sportv 3 aumentou a visibilidade do beach tennis e pode atrair mais marcas interessadas em patrocinar. A conquista com esta Copa do Mundo foi muito maior do que o tetracampeonato. Até mesmo quem não pratica beach tennis ficou com vontade de arriscar umas raquetadas, não?